Manaus/AM – O Senado Federal quer criar uma comissão externa temporária para investigar o aumento do narcotráfico, madeireiras e garimpo ilegais na Amazônia. O caso do indigenista Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips também deve ser alvo de apuração do colegiado.
O autor da iniciativa, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acredita que o desmonte de órgãos de defesa na região tem levado a situações como o desaparecimento do jornalista e do indigenista. A comissão externa terá 9 membros que deverão ir ao Vale do Javari no Amazonas, e terá o prazo de 60 dias para apresentar suas conclusões.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também chamou atenção para o grave problema na região.
“É um problema gravíssimo de criminalidade organizada. Segundo se sabe, o Bruno Araújo vinha denunciando uma série de irregularidades, de crimes praticados naquela região, de atentados a povos indígenas, de descumprimento da lei, de um Estado paralelo ali implantado. É uma situação das mais graves do Brasil. Há uma ofensa ao Estado brasileiro, há uma ofensa às instituições. E nós do Senado Federal precisamos nos colocar ao lado das forças policiais, das Forças Armadas, do Ibama, da Funai, do ICMBio”, relatou.
“Esse episódio tá servindo pra chamar atenção do mundo também pra insegurança que permeia na Amazônia. Colômbia, Peru e Brasil: ali é comum pessoal do Peru, da Colômbia atravessar o rio, tirar madeira no Brasil e voltar pra lá, assim como acontece com ouro, diamante… É muito complicado! Tráfico de drogas ali reina. Aquela área é muito perigosa. Aeronáutica, Marinha e Exército trabalham com limitações. Que esse episódio, que é lamentável, sirva pra chamar atenção daqueles que dizem defender a Amazônia, que querem uma Amazônia preservada, mas não ajudam na prática a povoar, a tomar conta da Amazônia”, relatou.