O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (5), ter transferido cerca de R$ 2 milhões para a conta de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com o objetivo de custear a permanência do parlamentar nos Estados Unidos. A declaração foi dada por Bolsonaro ao deixar a sede da Polícia Federal, em Brasília, após prestar depoimento no inquérito que investiga a atuação de Eduardo contra autoridades brasileiras no exterior.
O inquérito em questão tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. De acordo com o ex-presidente, o montante enviado a Eduardo foi retirado do total de doações recebidas em sua campanha à presidência em 2022.
“Vocês sabem que lá atrás, eu não fiz campanha, mas foi depositado na minha conta R$ 17 milhões, botei 2 milhões na conta dele”, explicou Bolsonaro. Ele justificou a remessa, que, segundo ele, ocorreu em 13 de maio, como uma forma de garantir que o filho e seus dois netos (de 1 e 4 anos) não enfrentassem dificuldades financeiras em solo americano. “Lá fora tudo é mais caro, tenho dois netos. Ele tá lá fora, não quero que ele passe por dificuldade. É bastante dinheiro, mas nos Estados Unidos pode ser nem tanto, né?, [US$] 350 mil”, ponderou o ex-presidente.
Bolsonaro reiterou que a decisão foi motivada pelo bem-estar de Eduardo, destacando que “graças a Deus” teve condições de fazer o depósito. Apesar do apoio financeiro, o ex-presidente afirmou “não ter a menor ideia” de por quanto tempo o filho de 41 anos permanecerá nos EUA, ressaltando que Eduardo possui uma “vida política independente”.
“Ele não é simplesmente um mero seguidor do pai. Ele tem a agenda política, pública e pessoal dele, e não se reporta ao pai dele”, declarou Bolsonaro, embora tenha mencionado o bom relacionamento de Eduardo com a família do ex-presidente americano Donald Trump e com o parlamento daquele país. “Ele está vendo seu pai e os seus problemas aqui no Brasil. Então, ele é solidário à minha pessoa e faz um trabalho lá no meio independente, em prol da democracia no Brasil”, acrescentou.


