Depois de quatro dias de paralisação, os trabalhadores da construção civil de Manaus conquistaram uma vitória histórica nesta quarta-feira (2/7). Com a mediação de Sassá da Construção (PT-AM), a categoria fechou um acordo com o sindicato patronal e decidiu encerrar a greve.
Os operários voltam ao trabalho nesta quinta-feira (3/7) com aumento no salário, reajuste na cesta básica e ampliação de direitos.
A proposta aprovada garante reajuste salarial de 8%, aumento de 50% no valor da cesta básica — que passa de R$ 200 para R$ 265 — e o abono das faltas durante o período da greve. A partir de janeiro de 2026, a cesta básica será reajustada novamente, passando a valer R$ 300.
Uma das maiores conquistas foi a extensão da cesta básica para todos os trabalhadores, inclusive os que atuam por meio de empreiteiras — algo inédito para o setor. Também ficou acertada a equiparação salarial entre pedreiros e montadores de forma. Em janeiro, uma nova rodada de negociação será realizada para discutir os valores que os montadores deverão receber, respeitando a nova faixa salarial da categoria, que se aproxima da média nacional, acima de R$ 2.700.
“Hoje é um dia histórico porque conseguimos aumento real de 3% acima da inflação, cesta básica para todos os trabalhadores, inclusive para quem trabalha para empreiteiras, e aumento da cesta básica de 50%”, comemorou Sassá da Construção.
A greve começou na última sexta-feira (28/6), após a proposta patronal de reajuste escalonado de 7% ser rejeitada pelos trabalhadores, que exigiam valorização profissional e melhores condições de vida.
Durante os dias de paralisação, o Sintracomec, sindicato que representa a categoria, esteve firme na defesa dos direitos da base. “Estamos lutando por respeito, por dignidade e por condições mínimas para sustentar nossas famílias”, afirmou o secretário-geral do sindicato, Elizomar Amorim.
Com mais de 30 mil trabalhadores empregados, o setor da construção civil é um dos pilares da economia de Manaus. A vitória da categoria demonstra a força da mobilização coletiva e do diálogo sindical — princípios fundamentais para o Partido dos Trabalhadores.
“Foi uma vitória histórica, porque os patrões não queriam dar o aumento para os trabalhadores. Diziam que era 3% e, se quisesse 5%, seria em duas vezes. Mas esses guerreiros que estão aqui, que vieram nos representar, mostraram para os colegas de trabalho que a união faz a força. Se a gente lutar, a gente consegue. É por isso que eu luto todo dia pelos meus, porque aqui só tem guerreiros: pais e mães de família. Amanhã todo mundo vai trabalhar, e no final do mês vai receber com aumento e com a cesta básica”, comemorou Sassá da Construção.
