A perda de peso significativa, seja por meio de medicamentos como as canetas emagrecedoras, dietas ou cirurgias, pode resultar em flacidez e excesso de pele, especialmente na região abdominal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, em 2025, 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estarão acima do peso, com 700 milhões enfrentando a obesidade.
Para corrigir essas complicações, a abdominoplastia surge como uma solução eficaz. O cirurgião plástico Renan Gil explica as principais indicações, contraindicações, cuidados no pós-operatório e como a perda de peso com canetas influencia nos resultados da cirurgia.
“A principal vantagem da abdominoplastia é a remoção do excesso de pele, que pode causar desconforto, irritação e até complicações dermatológicas. Quando um paciente perde muito peso, seja por meio de mudanças de hábitos alimentares, uso de medicamentos como as canetas emagrecedoras ou cirurgia bariátrica, é comum que fique um excesso de pele. Em casos mais graves, essa flacidez pode causar até problemas de saúde”, explica o médico.
De acordo com Gil, além do benefício estético, a cirurgia melhora a mobilidade e o conforto do paciente, permitindo o uso de roupas com mais liberdade e também ajudando na correção de estrias, especialmente abaixo da cicatriz umbilical.
“A principal indicação para a abdominoplastia é o excesso de pele abdominal, que pode ser resultado da perda de peso significativa. No entanto, a cirurgia pode ser contraindicada em pacientes com histórico de outras intervenções cirúrgicas na região abdominal. Se o paciente já realizou outras cirurgias na região, é necessário avaliar com cautela, pois o uso de retalhos pode gerar riscos de necrose”, esclarece o cirurgião.
A cirurgia também não é indicada para quem não apresenta um excesso de pele significativo, podendo outras abordagens cirúrgicas ser mais adequadas.
O especialista explica que os medicamentos para emagrecer, como as canetas, funcionam diminuindo a velocidade de movimentação do estômago, o que prolonga a sensação de saciedade. “Esses medicamentos impactam o pré-operatório. Recomendamos suspender o uso dessas medicações 14 dias antes da cirurgia para evitar complicações como broncoaspiração”, adverte.
Lipoaspiração é um complemento essencial
Embora a abdominoplastia possa ser realizada isoladamente, associá-la à lipoaspiração oferece resultados mais satisfatórios, proporcionando um contorno corporal mais harmônico. De acordo com o profissional, a lipoaspiração é essencial para remover a gordura localizada, especialmente em áreas que ainda apresentam acúmulo, mesmo após a perda de peso significativa.
“A recuperação após a abdominoplastia pode durar entre 15 e 30 dias, dependendo do acompanhamento pós-operatório. O uso de malhas compressivas e cintas ajuda a minimizar o edema, e a fisioterapia pode ser recomendada para acelerar a recuperação. A alimentação saudável e o cuidado com drenagens são essenciais para garantir resultados duradouros”, orienta.
Renan Gil reforça que a cirurgia não substitui a necessidade de mudanças no estilo de vida. “Após a cirurgia, é crucial que o paciente mantenha uma alimentação balanceada e pratique exercícios. A perda de peso sem manutenção pode comprometer os resultados da cirurgia”, conclui.


