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A pandemia mundial causada pelo Covid-19 tem prejudicado com maior veemência setores específicos. A doença é marcada por alto grau de transmissão, faz com que a nossa melhor arma seja o isolamento social. Com isso o setor aéreo se apresenta como um mercado especialmente vulnerável.Pensar que tragicamente, a transmissão global da doença teve como seu principal gatilho, o próprio avião.
Só para se ter uma ideia de como é esdrúxula a situação ademanda doméstica de voos teve redução de pouco mais de 90% e a internacional caiu a zero. Quem hoje está viajando são pessoas voltando para suas casas e equipes que estamos gratuitamente transportando, ligados a saúde, que são profissionais como médicos e enfermeiros, que atuam no combate à pandemia. 
Segundo os dados, a pandemia de coronavírus priva o setor aéreo mundial de 252 bilhões de dólares de faturamento este ano, advertiu a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), ao dobrar seus cálculos precedentes. Diz ainda que nossa indústria nunca sofreu uma crise tão profunda e que precisamos de um pacote de ajudas rapidamente e precisamos urgentemente de liquidez.
A crise afeta no momento 98% do tráfego aéreo de passageiros em todo o mundo, segundo a IATA.Na semana passada, as companhias aéreas, que em muitos casos foram obrigadas a deixar em terra quase todos os aviões, pediram uma ajuda de emergência que poderia alcançar 200 bilhões de dólares (185 bilhões de euros).
Em circunstância análoga se encontram as concessionárias de aeroportos. Setor alavancado por um inicial crescimento econômico, já de há muito vem experimentando as agruras da crise econômica que assola não apenas o Brasil, mas o mundo. Neste contexto há uma fundamentada preocupação – que hoje já desborda para a realidade – com o futuro das concessões aeroportuárias, ora praticamente colapsadas pela pandemia.
De forma a atenuar os impactos da pandemia na receita das concessionárias, a Medida Provisória 925/2020 determina, em seu artigo 2º, que o pagamento das contribuições fixas e variáveis com vencimento em 2020 poderá ser realizado até o dia 18 de dezembro de 2020. Importante e razoável a medida, não poderia ser diferente. Numa situação extrema, de calamidade pública e força maior, o poder concedente deixará de aplicar as multas contratuais previstas para o não pagamento das contribuições fixas e variáveis, desde que, perceba-se, ele seja realizado até a data mencionada, isto é, o dia 18 de dezembro de 2020.De imediato a medida traz um pequeno alento às concessionárias. Mas é fato que não atinge o enorme problema que está sendo construído de forma estrutural.
E A CARGA AÉREA, VAI BEM OBRIGADO.
O maior e mais bem estruturado aeroporto cargueiro do país, acostumado a bater recordes no volume de cargas importadas ou com destino ao exterior , através de um levantamento realizado no dia 08/04/2020, pela Alfândega da Receita Federal em Viracopos e pela a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, administradora do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), mostra que o Terminal de Carga de Viracopos atingiu o maior número de Declarações de Importação dentre todos os aeroportos do Brasil nos últimos doze meses, consolidando-se como principal porta de entrada de produtos por via aérea e  demonstrando, com números, a relevância econômica e logística do aeroporto na cadeia produtiva industrial brasileira.
A pesquisa mostra ainda que, se consideradas todas as Aduanas (terrestres, marítimas e aéreas), o Terminal de Carga de Viracopos só ficou atrás do Porto de Santos, na Baixada Santista, em termos de importação de mercadorias. Em média, o aeroporto tramita 28 mil Declarações de Importação por mês, além de 13 mil exportações mensais.



De acordo com o levantamento, são quase 10 mil importadores diferentes, sendo que um em cada quatro importadores nacionais utilizam o aeroporto. No caso dos exportadores, são 10,5 mil, sendo que 25% de todos os exportadores nacionais também utilizam o Terminal de Carga de Viracopos.
Além de grande terminal de passageiros, Viracopos possui um dos mais modernos e importantes terminais de Cargas do Brasil. Recentemente, por exemplo, o aeroporto tem recebido mais de 20 Declarações de Importação por dia de equipamentos e medicamentos ligados ao combate do Covid 19”, Delegado Titular da Alfândega da Receita Federal do Brasil no Aeroporto Internacional de Viracopos. Segundo ele, o Terminal de Carga também recebe o maior número de importações aos finais de semana, se considerado apenas os finais de semana, superando até o Porto de Santos.
Para o presidente da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, Gustavo Müssnich, os números da Receita Federal demonstram a importância do aeroporto no cenário de infraestrutura nacional. “Além da excelente infraestrutura, Viracopos está em uma localização privilegiada, por sua proximidade com as principais rodovias do Estado de São Paulo e em uma região que concentra as plantas de grandes empresas nacionais e multinacionais”, disse ele.
Embora Viracopos esteja com suas operações a todo vapor, principalmente as operações cargueiras (importação e exportação) o setor aéreo necessita de muita ajuda para driblar a pandemia e não cair em outra crise, a econômica evitando assim um quadro de demissão e falências.


*Luiz Claudio da Silva é educador corporativo, professor de ensino superior e especialista em capacitação empresarial profissional de Logística, RH e Gestão da Qualidade e especialista em Transporte Aéreo de Cargas Internacionais.

Por Luiz Claudio da Silva