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As células do nosso corpo se renovam de tempos em tempos, e durante a troca da antiga pela nova, imprevistos podem acontecer. Se uma célula nova nascer antes que a atual morra, elas se juntam, formando uma massa de tecido, também conhecido como tumor.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2020 foi registrado 309.750 novos casos em homens e 316.280 novos casos em mulheres. Os números continuam altos e precisamos ter estrutura para dar atendimento aos pacientes que necessitam de cuidado especial.

Foi pensando na praticidade e o uso da tecnologia que atualmente temos uma nova forma de tratar tumores. O uso da ablação por radiofrequência chegou em Manaus para facilitar e mudar a vida das pacientes que querem optar por um método rápido, prático e menos invasivo.

O médico Sidney Chalub, cirurgião em aparelho digestivo no ICEAM, explica as diferenças entre a técnica nova e a tradicional. ‘’ A radioblação é o sistema de aquecimento e resfriamento, então ela faz uma destruição do tumor pelo aquecimento do tecido e é como se ela destruísse pelo calor, essa é a grande diferença. No método tradicional, você precisa fazer uma cirurgia, você tem que cortar, tirar parte do órgão; esse paciente geralmente tem que ir para a UTI, é um procedimento que tem muito mais risco, efeitos colaterais’’, pontua Dr. Chalub.

O médico Giuseppe Figliuolo, cirurgião urologista da Urocentro Manaus, também já utilizou o procedimento na área de Urologia e reafirma o mesmo pensamento que Dr. Chalub.’’Cirurgia minimamente invasiva significa menor risco para os pacientes, como por exemplo, menos sangramento, menos dor, sem grandes cicatrizes cirúrgicas e alta hospitalar precoce’’, pontua Dr. Figliuolo.

Investimento

Em Manaus, algumas empresas do ramo hospitalar começaram a investir no novo método, com o intuito de oferecer um serviço mais rápido e prático. Podemos citar como exemplo, a empresa Primecare Medicamentos e Materiais Hospitalares, que recentemente começou a prestar serviços ao Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON) através do procedimento de ablação por radiofrequência no tratamento de miomas e em outras áreas, como fígado.

Bastante utilizado no exterior, e atualmente, em outros estados do país, o processo consiste na técnica minimamente invasiva, sendo realizada pela introdução de uma agulha, que é responsável por esquentar o tumor, destruindo-o através de calor.

Por ser minimamente invasivo, ocorre pouca dor durante o procedimento, mas mesmo assim, o paciente é sedado e liberado no mesmo dia, poucas horas depois. Com estudos promissores em relação a redução do volume do mioma, podendo chegar até 80%, a técnica é aprovada pelos Estados Unidos e pela Anvisa, aqui no Brasil.

Custo benefício

Em relação a benefícios a longo prazo, Dr. Chalub enfatiza que o custo será menor que o método tradicional, já que ele evita gastos cirúrgicos, além da diminuição da fila de espera. ‘’Esse procedimento leva menos custo para a instituição, menos risco para o paciente, tira uma internação da fila, sem falar na agilidade do procedimento. Enquanto uma cirurgia leva 5 ou 6 horas, nesse procedimento (ablação) você leva 40 minutos. Então, a longo prazo, quando a gente instituir isso de forma rotineira no SUS, certamente vai ser mais uma arma nesse arsenal terapêutico para tratar tumores’’, finalizou o especialista.

Por fim, Dr. Guiseppe conclui que caso ocorra a mudança para o método da ablação por radiação, um grande número de pessoas e profissionais serão beneficiados. ‘’Recomendo, pois trata-se de um procedimento minimamente invasivo com melhor recuperação pós-operatória’’, finalizou o médico.

A vida de muitas pacientes e suas famílias podem melhorar caso o procedimento passe a ser adotado na instituição pública de saúde como um todo. Além da resposta rápida ao tratamento, a satisfação e a redução dos sintomas motivam cada vez mais a descoberta de métodos capazes de melhorar a qualidade de vida das pessoas.

 

 

Fonte: Instituto Nacional do Câncer

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