O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou nesta terça-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli. A decisão foi tomada após a parlamentar anunciar, em entrevista, que deixou o Brasil e não pretende retornar. A Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou a medida, considera Zambelli foragida e argumenta que há risco de reiteração criminosa. A PGR também obteve o bloqueio de bens da deputada, sua inclusão na lista vermelha da Interpol e a suspensão do passaporte.
Zambelli foi condenada pelo STF, em maio, a 10 anos de prisão por contratar e financiar o hacker Walter Delgatti Neto para invadir sistemas do Judiciário e inserir documentos falsos, como um mandado de prisão falso contra Moraes. A sentença prevê ainda multa de R$ 2 milhões por danos morais coletivos e a perda do mandato parlamentar, que aguarda decisão da Câmara. A inelegibilidade por oito anos já está em vigor, conforme a Lei da Ficha Limpa.
Após sua saída do país, Zambelli afirmou estar na Europa para denunciar o que chama de “perseguição judicial” e “censura”, e declarou intenção de seguir os passos de Eduardo Bolsonaro nos EUA, promovendo ataques ao STF em tribunais estrangeiros. Moraes entendeu que essas manifestações demonstram persistência em condutas criminosas e agiu para impedir sua continuidade, determinando bloqueios em redes sociais e contas bancárias, além de medidas para garantir eventual extradição.
Além da condenação no caso Delgatti, Zambelli responde por outros processos. Em um deles, já foi formada maioria no STF para sua condenação por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, após perseguição armada nas eleições de 2022. Ela também teve o mandato cassado pelo TRE-SP por fake news na campanha, decisão que ainda aguarda julgamento no TSE. A deputada nega todas as acusações e afirma ser vítima de perseguição política. Após a renúncia de seus advogados, a DPU foi nomeada para representá-la.
