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O novo governo assume em 10 de dezembro

 Alberto
Fernández é o novo presidente da Argentina. Cristina Kirchner é a vice. Os
dois formam parte da coalizão de esquerda Frente de Todos. Após
um mandato de Macri, que é um político de centro direita, os argentinos optaram
por voltar ao kirchnerismo, que governou o país por mais de uma década, de 2003
a 2015.
 A
Argentina foi às urnas domingo (27) . Com mais de 97% das urnas
apuradas, eles somam 48,1% dos votos, enquanto que o atual
presidente, Mauricio Macri, obteve 40,37%. Na Argentina, para vencer
as eleições em primeiro turno, é necessário obter 45% dos votos
ou 40% e dez pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.
 Macri, que assumiu em 2015, deixa um
país com uma grave crise econômica e social; com inflação este ano prevista
para 55% (pior apenas do que Venezuela e Zimbábue); 30% das pessoas
vivendo na pobreza e os sem-teto representando quase 10% da população.
 Entre 2003 e 2007, o presidente era Néstor
Kirchner, marido de Cristina Kirchner, falecido em 2010. Entre 2007 e 2015,
quem governou foi a própria Cristina. Atualmente, ela é senadora e se
licenciará do cargo para assumir a vice-presidência. Há diversos processos
contra ela na Justiça, por delitos como corrupção e lavagem de dinheiro.
 O novo governo assume em 10 de dezembro. O
mandato presidencial é de 4 anos e é permitida apenas uma reeleição.

 Transição

 Tanto Alberto Fernández quanto Mauricio Macri,
em seus discursos na noite de ontem (27), afirmaram estar preocupados com
os argentinos e disseram que farão o melhor nesse período de transição de
governo.
 Fernández afirmou que hoje (28) se
reunirá com Macri para tratar do tempo restante de governo. “Certamente,
colaboraremos em tudo o que pudermos porque o único que nos importa é frear o
sofrimento dos argentinos”.
 Mauricio Macri, por sua vez, disse: “Quero
felicitar o presidente eleito Alberto Fernández. Eu o convidei para tomar café
da manhã comigo para começarmos uma transição ordenada”.

 Dólares limitados

 Na noite de ontem, logo após o resultado
das eleições, o Banco Central da Argentina (BCRA) estabeleceu um novo limite de
compra de 200 dólares por mês, que vigorará até dezembro.
 Em um comunicado,
o BCRA afirma que “diante do grau de incerteza atual, o
diretório do BCRA decidiu tomar este domingo uma série de medidas que
buscam preservar as reservas do Banco Central”.
 O limite de 200 dólares por mês é
para a compra por pessoas físicas com conta bancária. Para
comprar em dinheiro vivo, o limite é de cem dólares por mês.
 Até ontem, o limite era de 10 mil dólares
por mês para a compra por pessoas físicas. Essa foi a primeira medida
anunciada pelo BCRA (Banco Central da Argentina) após as eleições.

 Quem é

 Alberto Fernández participou do governo de
Néstor Kirchner, entre 2003 e 2007, como chefe do Gabinete de
Ministros, e continuou no primeiro governo de Cristina Kirchner.
 No ano seguinte, em 2008, Fernández renunciou
em meio a uma crise e se tornou crítico do governo de Cristina. Ano passado,
dez anos depois de romperem, houve uma reaproximação entre os dois.
Alberto, então, se tornou candidato à presidência, convidado por Cristina para
compor a chapa.
 Ele é advogado e professor de direito penal e
civil argentino, e dá aulas na Facultade de Direito da Universidade de
Buenos Aires (UBA).
Foto: Divulgação