TCE

Os Ambientes Acadêmicos,  Corporativos e a Dança. 


No meio acadêmico por diversas ocasiões percebi docentes argumentarem uns com os outros da dificuldade de seus discentes discorrerem em público, um texto ou mesmo um projeto para uma plateia mesmo que reduzida e conhecida, no caso, a própria sala de aula, isso é indubitável. Esta dificuldade que podemos tratar como fobia e que permeia a faixa etária que vai dos 17 aos 30 anos, tem suas diversas elucidações e uma delas pode ser a ansiedade que libera hormônios de estresse, adrenalina e nos faz ter vontade de fugir ou de nos tornarmos invisíveis. 


Corrobora com esta fobia, o medo de sermos julgados pelas outras pessoas e isso é devastador quando percebemos que nos dias atuais 55% das mensagens são passadas por meio da linguagem corporal, 38% pela voz e 7% por palavras.No mercado de trabalho, estabelecer um diálogo claro e objetivo é ponto fundamental para pessoas e empresas.


 Certo dia, passeando por um shopping da cidade de Manaus, observei que em seu piso principal havia um palco que anunciava um jogo – Just Dance e nele havia várias pessoas que se revezavam em danças seguidas por diversas coreografias contagiantes. Todos se divertiam naquilo que me parecia uma exposição total dos participantes, pois tratava-se de um ambiente público, aberto e com pessoas desconhecidas.


Importante que se diga, que as pessoas que dançavam, nem todas se conheciam até o presente momento. Curiosamente foi fácil perceber que a faixa etária destas pessoas estava exatamente dentro da faixa que poderia estar afetada pela mencionada “fobia”. 


Voltando para a sala de aula, onde leciono a disciplina de jogos empresariais, fiz uma proposta à turma. Quem gostaria de montar equipes para realizar o Just Dance em uma apresentação para a sala de aula. Neste momento fui surpreendido, pois 96% da turma aceitou o desafio.


Expliquei a motivação do desafio, sua importância para o desenvolvimento pessoal, que dançar é um exercício de comunicação coordenada e precisa, mesmo sem falar uma só palavra e também envolvia a postura de liderança.Então onde está a fobia?


Após dias de reflexão tive um insight de que as pessoas de uma forma geral independentemente da idade se sentem mais confortáveis quando vão apresentar ao público algo que gostam e que tenham algum entendimento, que se sentem seguras, o que lhes proporciona prazer em dividir, aquilo lhe lhes faz feliz , equilibrando um pouco mais a adrenalina.

Voltando aos comentários dos docentes, sobre a dificuldade de seus alunos em discorrer um texto ou uma apresentação em público, é formidável que o docente saiba que para o discente é muito mais fácil evitar o desconforto do desafio seja ele qual for. Portanto, metaforicamente,é necessário que o discente seja convidado a dançar. É imprescindível que o docente saiba conduzir este processo, e tal como a dança, produza uma sinergia positiva e prazerosa para ambos.


Sobre a dança, corroboram Fernando Luzio e Fabiana Terra – 2016, o mundo corporativo vive procurando metáforas que ajudem a despertar consciência nos executivos sobre as sutilezas mais poderosas do exercício da liderança e do trabalho em equipe. Na dança, exercitamos a cada instante as habilidades de planejamento e tomada de decisão. Como em um jogo de xadrez, enquanto executamos um passo, já temos de pensar nos próximos dois.


Fernando Luzio é Consultor, Leadership Coach e Palestrante internacional.


Fabiana Terra é dançarina e coreógrafa de atuação internacional.