TCE

Um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro protesta em frente ao Museu Nacional e à Biblioteca Nacional em Brasília desde a manhã deste domingo (6.dez.2020). Os manifestantes criticam a votação por urna eletrônica e pedem eleições por voto impresso.

O grupo também defende o jornalista Oswaldo Eustáquio, investigado no inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal) que apura o financiamento de manifestações com pautas antidemocráticas. Os manifestantes afirmam que o blogueiro bolsonarista é perseguido e uma pessoa “digna”.

Os deputados federais Bia Kicis (PSL-DF) e Daniel Silveira (PSL-RJ) também participaram da manifestação.

Houve uma pequena confusão entre 2 grupos bolsonaristas participantes do ato. Eles estavam tentando, em cima de um dos trios elétricos, dirigir a fala aos manifestantes. “Estou falando um pouquinho para o pessoal que chegou aqui. Eles estão falando há uma hora“, disse Bia Kicis pelo microfone ao se referir ao outro trio elétrico. O manifestante que estava no outro trio elétrico, rebateu a deputada. “Eu peguei o microfone agora, preciso de 5 minutos“, disse.

A deputada Bia Kicis disse que o voto impresso é necessário para dar mais transparência ao sistema eleitoral. O manifestante, pelo microfone no outro trio elétrico, afirmou que “há um desrespeito há quem ajudou a construir a Constituição Federal” e que “existem projetos na Câmara dos Deputados que não vão levar a lugar nenhum“, sem se referir a quais projetos. Manifestantes chamaram ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) de corruptos.

O deputado Daniel Siqueira, ao falar de cima do trio elétrico, disse que a contagem de votos deve ser realizada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), numa crítica à centralização no TSE, ocorrida neste ano.  “A Justiça Eleitoral detém o monopólio da contagem, da fiscalização“, disse o deputado. “Tudo está na mão deles. Eles não representam o Brasil“, disse Siqueira. O deputado também defendeu a extinção do Justiça Eleitoral no país. “Ela não serve pra nada“, disse, sendo aplaudido.

Ao defender o voto impresso, Siqueira criticou as urnas eletrônicas e disse que não são seguras. “Tenho vários amigos de TI [Tecnologia da Informação] que comprovam isso“, afirmou, sem apresentar tais comprovações.

Os manifestantes fizeram o trajeto do Museu Nacional até a Praça dos Três Poderes, pela Esplanada.

O presidente Jair Bolsonaro, ao votar no 2º turno das eleições municipais em 2020 no Rio de Janeiro, criticou o sistema eleitoral brasileiro, afirmando que “está até na própria Constituição. A apuração tem que ser pública”.

Bolsonaro defendeu o voto impresso várias vezes. Disse em 5 de novembro que o Brasil precisa ter “um sistema eleitoral confiável em 2022”. “Nós temos, sim, já está bastante avançado, o estudo [para propor o voto impresso]. A gente espera, no ano que vem, entrar, mergulhar na Câmara e no Senado, para que a gente possa, realmente, ter 1 sistema eleitoral confiável em 2022″.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, também é um defensor do voto impresso. Em suas redes sociais, ele afirma que o processo seria mais “transparente”.

Em uma corrente no Twitter, em 6 de novembro de 2020, o filho do presidente afirmou que “voto impresso já é lei, porém o STF o decretou inconstitucional por violar o sigilo da votação” e explica como seria a votação com caso a urna imprimisse um comprovante do voto. “O eleitor votaria na urna e teria seu voto impresso na hora. Então, ele teria a chance de conferir se ambos batem”, explica.

O deputado também cita seu projeto de lei (PL 5163), em um vídeo em seu canal no YouTube, que obriga o TSE a realizar a contagem dos votos apenas quando o Tribunal receber todos os boletins das urnas. “Assim, quando começar a apuração, já se pode iniciar do zero, a contagem dos votos dando a devida publicidade”, explica Eduardo Bolsonaro, reiterando que assim a apuração será mais transparente.

Fonte: Agência Brasil