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 O governo britânico pretende cumprir a lei e
pedir um adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) se não
conseguir alcançar um acordo até sábado (19), confirmou hoje o ministro para o
Brexit, Steve Barclay.
 “O governo vai cumprir a lei e os
compromissos dados ao tribunal em relação à lei”, afirmou hoje (16)
Barclay, perante a comissão parlamentar sobre a saída da UE.
 Oficialmente designada Lei de Saída da UE (nº
2), mas batizada com o nome do deputado trabalhista e primeiro signatário do
texto, Hilary Benn, a legislação obriga o primeiro-ministro Boris Johnson a
pedir um adiamento por mais três meses, até 31 de janeiro, se não for alcançado
um acordo nem autorizada uma saída sem acordo até 19 de outubro.
 O governo já tinha confirmado ao tribunal
escocês Court of Session, na semana passada, que pretendia “enviar uma carta
na forma estabelecida o mais tardar em 19 de outubro”, como está previsto
na legislação.
 Barclay não confirmou se haverá uma sessão
parlamentar extraordinária no sábado para discutir os resultados do Conselho
Europeu de quinta e sexta-feira, acrescentando que a decisão só será confirmada
após a conclusão das negociações.
 Um conselho de ministros, que estava previsto
para essa terça-feira (15), mas foi adiado para hoje, está previsto para as
14h30 (mesma hora em Lisboa). A comunicação social britânica informou que serão
feitas consultas entre o primeiro-ministro, Boris Johnson, e deputados
eurocéticos do Partido Conservador e dirigentes do Partido Democrata Unionista
(DUP) da Irlanda do Norte.
 É nesses dois grupos que poderá estar a chave
de uma aprovação do texto no Parlamento, necessária para a ratificação, depois
de o acordo negociado por Theresa May com Bruxelas ter sido desaprovado três
vezes.
 As negociações com a UE foram retomadas hoje,
na tentativa de alcançar um acordo com o Reino Unido sobre o Brexit antes do
Conselho Europeu, depois de terem sido suspensas durante a madrugada.
Foto: Hannah Mckay