TCE

A história da amizade entre o pop star Michael Jackson (1958-2009) e o chimpanzé Bubbles seguirá para sempre no imaginário dos fãs e de quem curte as polêmicas envolvendo o cantor também. O animal era uma das principais companhias do Rei do Pop no auge da fama, mas, quando entrou na fase adulta, foi substituído por outros espécimes. Hoje com 39 anos, o macaco ainda é tema de discussão sobre cuidados com animais selvagens e o relacionamento com seres humanos.

Michael Jackson pagou US$ 65 mil, na década de 1980, para comprar Bubbles de um treinador de animais. E assim nasceu a (quase) inseparável amizade. Os dois foram fotografados muitas vezes juntos, em milhares de eventos sociais.

O macaco compôs cenas notáveis viajando com o Rei do Pop na turnê Bad World. Em um dos momentos mais lembrados por fãs está o de Bubbles, aos quatro anos de idade, bebendo chá com Michael e com o prefeito de Osaka, no Japão.

Inicialmente, Bubbles foi hospedado na casa da família Jackson, em Los Angeles. Depois foi levado para a famosa mansão Neverland, para ficar lado a lado com seu tutor.

Lá, o chimpanzé, segundo relatos biográficos de Michael Jackson, dormia em um berço no quarto de Michael e tinha uma vida de muita diversão e excentricidades.

No entanto, por trás de uma descrição de vida feliz, foram várias as polêmicas publicadas em jornais especializados em famosos, sobre a criação de Bubbles. Há relatos de que ele jogava seu próprio cocô pela mansão, incomodava os funcionários, e fazia todo tipo de traquinagem.

Houve ainda graves indícios de que teria sido supostamente vítima de maus-tratos por Michael Jackson.

Socos e chutes

Uma das mais conhecidas primatologistas do mundo, Jane Goodall foi uma das que afirmou que o macaco levou um soco no rosto e um chute do estômago quando morava com Jackson. Os rumores eram de que o cantor o agrediu para discipliná-lo, como Goodall afirmou em entrevista ao TMZ, em 2014.

Jack Gordon, ex-marido da irmã da estrela La Toya, chegou a afirmar à época que viu Michael Jackson atacar a criatura. A família Jackson negou as alegações de que Michael era abusivo em relação a Bubbles.

Um novo documentário de Ross Kemp, sobre os animais exóticos mantidos pelo falecido cantor (Searching for Michael Jackson’s Zoo), revelou maus-tratos, incluindo detalhes perturbadores sobre a vida de Bubbles.

Jane Goodall disse que Jackson tinha um sorriso no rosto quando ela lhe mostrou vídeos de primatas em jaulas de laboratório e circos. Contando a Ross como ela repreendeu Jackson sobre seu tratamento com os animais, Goodall diz: “Ele olhou para mim e [perguntou]: ‘Você não aprovaria um chimpanzé sendo atingido na cabeça, não é?’ Eu disse: ‘Não, Michael, você sabe que eu não faria isso.’

O documentarista fez uma jornada pelos Estados Unidos para rastrear os animais mantidos no rancho Neverland que foram vendidos depois que ele se mudou. O zoo particular de Michael, criticado por organizações como a Peta, foi fechado e o músico doou girafas, felinos e outras espécies para centros especializados.

Substituído por animal mais jovem

Bubbles, que nasceu em cativeiro em 1983, no Texas, foi retirado da mãe e oferecido a Michael por um treinador de animais de Hollywood. Com cerca de seis anos de idade -quando não poderia mais ser carregado no colo ou ficar perto das pessoas por ser mais forte -, ele foi “aposentado”. Havia também sérias preocupações de que Bubbles atacaria o filho recém-nascido de Jackson, Prince Michael II.

Levado para um espaço privado na Califórnia, e “graças” à sua popularidade, ele foi substituído por outros dois chimpanzés depois. O público, no entanto, continuava achando que se tratava do mesmo Bubbles.

Após rumores sobre o abandono do animal, em 2005, a família Jackson enviou o chimpanzé para um santuário de grandes primatas na Flórida, o The Center for Great Apes, em Wauchula. Depois de muita pressão de sociedades de proteção a animais, a família do pop star financiou os cuidados a Bubbles depois da morte de Michael.

Hoje, com 39 anos, Bubbles é considerado um chimpanzé sênior e tido como líder no seu grupo, onde vive de forma praticamente selvagem, apesar das cercas e grades. Funcionários do santuário falam muito sobre como ele é sensível, gentil, tímido e dramático.