TCE
Sexo no casamento é um misto de aconchego e desafio, já que, na mesma medida em que vai ficando gostosinho, vai diminuindo a frequência. 


Não é segredo pra ninguém que manter a chama exige algum esforço.
Tem uma porção de casais que, na vontade de não deixar o fogo partir, recorre a uma técnica milenar em que o sexo serve para fazer as pazes. Quando isso acontece naturalmente e as pazes são feitas com glamour e gozo, é ótimo. Mas será que começar a cavar brigas e alimentar rusgas porque depois do estresse vem a recompensa é saudável? 
Tendo a achar que esse tipo de dinâmica tem uma pinta de adição. A gente começa porque “ah… vale pena” e, quando vê, está totalmente viciado e enrolado num modus operandi nada saudável.
Claro que uma certa tensão pode fazer bem à dinâmica amorosa do casal, mas levar isso às últimas consequências pra que se tenha uma recompensa no final me soa meio suicida. A chance desse estresse minar o que tem de bom no casal é grande e, enquanto durar essa relação, péssimo e bom podem se entrelaçar de maneira tão intensa que talvez não consigam mais se soltar. Tem um cheiro de vício em drogas pesadas, não tem?
Tendo a achar que a vida a dois precisa ser mais agradável do que isso. Já temos questões suficientes compartilhando os filhos, os boletos e os ex. Se pra transar a gente precisar passar por um calvário, acho que começa a não valer a pena? 
Brigar e se desentender fazem parte da vida a dois e temos que lidar com nossas diferenças, mas alimentar esse lado (mesmo que sem perceber) pra que o sexo aconteça é destruidor. Sempre tem um que se ferra mais nessa dinâmica e é esse que vai sair destroçado no final. E, vejam, muitas vezes o outro vai embora porque o um está justamente despedaçado. Percebem a doença: a pessoa te destrói e depois te deixa porque você está destruído.
A vida precisa de sintonia, de apoio, de compreensão, de leveza e gargalhada. E claro que sexo é essencial, mas não a qualquer custo.
Fonte: UOL