Um casal de Belo Horizonte (MG) enfrenta dificuldades para registrar o nome de seu filho recém-nascido. Eles escolheram chamá-lo de Piiê, em homenagem ao primeiro faraó negro do Egito, mas o cartório e a Justiça barraram o nome. A justificativa é que a criança poderia ser alvo de bullying, já que o nome se assemelha ao termo “plié”, usado no balé. Como resultado, o menino ainda não tem certidão de nascimento.
Catarina Prímola, mãe do bebê, expressou sua preocupação com a documentação necessária para cuidados médicos, como vacinas e o teste do pezinho. Ela também destacou a importância de o nome refletir a ancestralidade africana da família. “É importante para ele saber que nossa herança é de reis e rainhas africanas, que ele vem desse povo”, disse ao G1.
Danillo Prímola, pai da criança, contou que a ideia do nome surgiu após o Carnaval de 2023, quando ele, como coreógrafo da Escola de Samba Acadêmicos de Venda Nova, participou de um enredo que mencionava o faraó núbio que conquistou o Egito e se tornou o primeiro faraó negro.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) explicou que, segundo a Lei 6.015/1973, prenomes que possam expor seus portadores ao ridículo não podem ser registrados. O TJMG acrescentou que os pais não apresentaram uma relação clara do nome com aspectos culturais e históricos, e que a sonoridade e grafia foram determinantes para o indeferimento, por serem vistas como potenciais fontes de constrangimento para a criança no futuro.
Com informações Metrópoles


