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Brasil – Ao menos 18 pessoas morreram após intensas chuvas que atingiram a Região Metropolitana e o interior de São Paulo neste domingo (30). Sete crianças estão entre as vítimas.

Municípios também registraram o transbordamento de rios, alagamentos, deslizamentos e interdições de rodovias, ruas e avenidas após chuvas intensas atingirem a região. Cerca de 500 famílias estão desabrigadas ou desalojadas, segundo informações do governo do estado.

Em Embu das Artes, 3 pessoas de uma mesma família, uma mãe e dois filhos, morreram após a residência em que estavam ser atingida por um deslizamento. As vítimas são uma mulher de 44 anos, um jovem de 21 anos e uma menina de 4 anos.

Em Várzea Paulista, no interior de São Paulo, 5 pessoas da mesma família morreram dentro de casa após desmoronamento. As vítimas são um casal, um bebê de 1 ano e duas crianças, uma de 10 e outra de 12 anos.

Imagens de bairros ilhados têm sido compartilhadas nas redes sociais.

Em Franco da Rocha, o Rio Juquery e o Ribeirão Eusébio transbordaram, afetando diferentes regiões da cidade e deixando a área central alagada. Às 12h14, a Represa Paiva Castro atingiu 68% da capacidade. Na Rodovia Luiz Salomão Chamma, que dá acesso à cidade, foram registrados deslizamentos. Em um trecho, a queda de uma árvore interditou parte da pista.

Um deslizamento de grandes proporções atingiu 3 casas na Rua São Carlos, no Parque Paulista, que fica na divisa de Franco da Rocha com Francisco Morato. 3 pessoas morreram no local. 7 pessoas foram resgatadas com vida, mas uma morreu no local.

Em Francisco Morato, foram registrados “diversos pontos de deslizamentos” e vias chegaram a ser obstruídas por queda e queda de árvores, de acordo com a Prefeitura.

Já Caieiras divulgou ter recebido ao menos 15 chamados relativos a deslizamentos. Segundo a gestão municipal, não foram identificadas vítimas até o momento. Também há alagamentos em rodovia, ruas e avenidas.

Na cidade de São Paulo, as chuvas motivaram a suspensão da campanha de vacinação contra a covid-19 em parques e farmácias. A aplicação será retomada normalmente na segunda-feira, 31.

A situação também afeta municípios do interior, como Piracicaba. Segundo a Defesa Civil do município, o Rio Piracicaba está “no limite” e uma de suas barragens, de Americana, chegou a 95% da capacidade.

Longe de serem resultado de “causas naturais”, esses deslizamentos, soterramentos de casas e inundações são fenômenos previsíveis frente a sazonalidade do período de chuvas. Mas graças à falta de investimentos em infraestrutura e habitação para a população mais pobre e precária, resultam todos os anos em mortes, desaparecidos e desabrigados.

Essas mortes poderiam e deveriam ser evitadas, portanto são de inteira responsabilidade do governador João Dória (PSDB) e das prefeituras, que submetem a população a habitações precárias e em situação de risco, fruto da exploração, do desemprego e da miséria cotidiana.

Uma reforma urbana que desse condições de moradia e reestruturasse as comunidades mais pobres vitimadas pela chuva, enchentes e deslizamentos, era o mínimo esperado por parte desses governos. É urgente um plano de obras públicas, controlado pelos trabalhadores e pela organização dos bairros, que garanta essa reforma gerando emprego e renda para as famílias.

Com informações da Agência Estado