InícioBRASILCientistas encontram planeta dos filmes ‘Avatar’ na vida real

Cientistas encontram planeta dos filmes ‘Avatar’ na vida real

Um grupo de astrônomos detectou sinais de um planeta gasoso em órbita de Alfa Centauri A, a estrela mais próxima da Terra que se assemelha ao Sol e que compõe o sistema estelar com o mesmo nome. A descoberta foi feita com o uso do Telescópio Espacial James Webb e reforça o interesse científico em um sistema que há décadas alimenta a ficção científica, incluindo os filmes da franquia “Avatar”.

Segundo os pesquisadores, o planeta aparenta ter massa semelhante à de Saturno e raio próximo ao de Júpiter. O corpo celeste ainda orbita a estrela a uma distância em que a temperatura pode permitir a existência de vida, variando em torno de -40 Cº.

Apesar de ser um planeta gasoso, pesquisadores acreditam que ele possa abrigar luas. Em teoria, esses satélites naturais teriam potencial para apresentar condições favoráveis à vida, especialmente se possuírem solo firme ou oceanos. No universo fictício de “Avatar”, Pandora é uma lua habitável de um planeta no sistema de Alfa Centauri.

Charles Beichman, astrônomo do Caltech e do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, explica que o telescópio James Webb possui instrumentos capazes de filtrar a luz intensa da estrela e detectar sinais infravermelhos que indicam a presença de um planeta. O brilho de Alfa Centauri A, somado à interação gravitacional com sua estrela companheira Alfa Centauri B, torna difícil aplicar métodos tradicionais de detecção.

A descoberta foi feita há cerca de um ano, mas novas tentativas esbarraram na posição atual do planeta, que pode estar fora do alcance do telescópio. Por isso, os dados disponíveis ainda não são suficientes para confirmar sua existência com total segurança.

Mesmo assim, o avanço reacende o interesse em Alfa Centauri, um sistema triplo que inclui também a estrela Proxima Centauri, já conhecida por abrigar planetas. A proximidade do sistema, a cerca de 4,3 anos-luz da Terra, faz dele um dos principais alvos de quem estuda possíveis destinos para futuras missões espaciais.

Mary Anne Limbach, astrônoma da Universidade de Michigan, avalia que a formação de luas ao redor de planetas gigantes é um processo comum e que uma delas poderia ter até o tamanho de Marte em um cenário otimista. No entanto, ela ressalta que, mesmo em nosso próprio sistema solar, as melhores apostas para encontrar vida são luas como Europa, de Júpiter, e Titã, de Saturno.

Já David Kipping, da Universidade de Columbia, é mais cético. Para ele, o planeta identificado é pequeno demais para sustentar uma lua de grande porte. Ele considera possível a existência de algo como Titã, mas lembra que, em zonas habitáveis, um corpo desse tamanho provavelmente não conseguiria reter sua atmosfera.

Tanto o planeta quanto uma eventual lua ainda não foram confirmados. As evidências são preliminares e precisam de mais dados para que qualquer afirmação definitiva seja feita.

Fonte: R7

Artigos Relacionados

LEIA MAIS