InícioAMAZONASCodese lança projeto para diminuir dependência econômica da Zona Franca de Manaus

Codese lança projeto para diminuir dependência econômica da Zona Franca de Manaus

Em que direção Manaus deve navegar nos próximos quatro anos? Foi para começar a responder essa pergunta que o Conselho Econômico de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus (Codese), realizou o Workshop “Uma Nova Manaus”. O evento ocorreu nesta quinta e sexta-feira (24), na Zona Centro-Sul da capital, e serviu como pontapé inicial para a elaboração da “Carta de Navegação 2021-2024”.

Proposta colaborativa visando à implementação de políticas públicas na cidade de Manaus nos próximos quatro anos, o documento terá, como ponto de partida, três metas fundamentais: implantar e consolidar novas matrizes econômicas a partir de produtos essencialmente regionais que respondam por pelo menos por dois terços do PIB (Produto Interno Bruto) da capital; situar a cidade entre as 10 melhores do Brasil para se viver e, ainda, colocar Manaus entre as 20 melhores cidades para se fazer negócios no país.

A carta, que será elaborada em conjunto com diversos atores e segmentos da sociedade manauara e deve ser concluída até julho deste ano, será encaminhada aos candidatos a prefeito de Manaus no pleito de 2020.

“O Codese é o braço executivo desse projeto. Mas quem deve dizer pra onde a cidade deve caminhar é a sociedade civil organizada. Nesse sentido, o Codese se prontifica a ser esse porta-voz, esse aglutinador das ideias, dos pensamentos e das soluções para os problemas da cidade”, afirma o presidente do Codese Manaus, Romero Reis.

Nesta semana, o grupo de trabalho que deve dirigir os trabalhos e é formado por profissionais de diversas áreas, com Infraestrutura, Planejamento Urbano e Tecnologia, já realizou visitas a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifam) e ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Para além da Zona Franca

Sobre as metas propostas, ele ressalta que, a despeito da necessidade de apoiar e fortalecer o modelo já estabelecido da Zona Franca de Manaus, é imprescindível diversificar a matriz econômica da capital, cujas vocações vão desde o turismo até a biotecnologia, com potencial de se tornar um polo digital na região.

“A curto e médio prazo, a Zona Franca é um modelo que deve ser apoiado e desenvolvido, mas, em razão dos riscos que o modelo tem hoje, precisamos consolidar matrizes econômicas capazes de gerar emprego e renda até numa proporção maior do que foi a Zona Franca nos últimos anos”, diz ele.

“Se o Distrito (Industrial de Manaus) possui até 100 bilhões de faturamento por ano, queremos chegar a 200 bilhões com piscicultura, turismo, mineração, biotecnologia, polo digital”, diz ele, em alusão à primeira das três metas propostas no documento.

Metodologia é diferencial

Consultora responsável pela condução do processo de construção conjunta da proposta para a cidade de Manaus no próximo quadriênio, a arquiteta e urbanista Silmara Silveira explica que a metodologia foi desenvolvida com em sua experiência de mais de 20 anos de gestão pública, nas esferas municipal, estadual e federal. No entanto, o ponto de partida é sempre o território do município, que ela sublinha como sendo o espaço onde a política pública de fato acontece.

“O território da cidade é muito diverso: têm brancos, negros, pardos, mulheres, jovens, velhos, trabalhadores, desempregados. Então nosso objetivo é estabelecer uma metodologia que consiga articular o que é convergente em toda essa diversidade, possibilitando diferentes personagens, atores e entidades a desenvolver um pensamento, um diagnóstico, que possa ser implementado de forma articulada e integrada”, explicou Silmara.

Frase


“É preciso lembra que as pessoas não moram no país, elas moram na cidade. E saber valorizar sua cidade é fundamental para ter uma qualidade de vida adequada, que afinal é o que felicidade para as pessoas”, concluiu.

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