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Em todo o país há mais de 2,3 milhões de profissionais de enfermagem

 Em audiência para celebrar o Dia Internacional
da Enfermagem, presidente do Conselho Federal de Enfermagem, Manoel Neri, disse
que o novo coronavírus já é responsável pelo óbito de cerca de 100
profissionais de enfermagem que trabalham na linha de frente do combate ao
vírus em todo o país.
 O presidente do Conselho Federal de Enfermagem
(Cofen), Manoel Neri, disse que a categoria não tem “nada a
comemorar” no Dia Internacional da Enfermagem, celebrado hoje (12), em uma
audiência da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha ações de
combate ao novo coronavírus (covid-19), para prestar homenagens aos
profissionais.
 Neri lembrou que a pandemia do novo coronavírus
já é responsável pelo óbito de cerca de 100 profissionais de enfermagem que
trabalham na linha de frente do combate ao vírus em todo o país. “Não temos
tanto a comemorar como profissionais de enfermagem, não só pela grande tristeza
pelos 100 profissionais que perderam suas vidas na linha de frente do combate à
covid-19, não apenas pelo grande desgaste emocional e físico, mas também pelo
medo de nos contaminarmos, de levarmos a contaminação às nossas famílias”,
afirmou.
 Em todo o país há mais de 2,3 milhões de
profissionais de enfermagem, que, além de enfermeiros, também reúne técnicos e
auxiliares em enfermagem. De acordo com Neri, até o momento, o Cofen registrou
98 óbitos de profissionais de enfermagem e mais de 13 mil enfermeiros
contaminados pelo novo coronavírus.
 Segundo o conselho, a letalidade é de 2,17%.
“Cada profissional desse é um ser humano que tem uma família, que tem seus
entes queridos, da mesma forma que os mais de 11 mil brasileiros que ja
perderam a vida pela covid-19”, lamentou.
 O presidente do Cofen disse que os
profissionais de saúde que estão trabalhando na linha de frente de combate ao
novo coronavírus vêm sofrendo um “grande desgaste emocional”,  e denunciou
que, “muitas vezes, faltam equipamentos de proteção individual, como
máscaras e luvas tanto em quantidade, quanto em qualidade”.
 “Esta situação se agrava nesse período de
pandemia, em razão do risco de contaminação”, alertou.
 Neri disse ainda que, em razão dos baixos
salários, os profissionais acabam tendo que trabalhar em mais de um local. “São
profissionais que precisam de trabalhar em mais de um vínculo empregatício,
alguns trabalhando em dois, três lugares, em função dos baixíssimos salários
que são praticados nos serviços de saúde brasileiros, e muitas vezes se
ausentam de cuidar da própria família”, disse.
 O presidente do Cofen defendeu o
fortalecimento e o combate ao subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS)
como principal referência de atendimento à população contra a pandemia. “Nesse
momento de pandemia tem sido mais que visível a importância do SUS para atender
a população brasileira”, disse.
 Neri disse que o Parlamento precisa debater a
situação dos profissionais de enfermagem e pediu a aprovação de projetos que
garantam melhores condições de trabalho e remuneração para a categoria. Entre
os projetos citados estão o que regulamenta a jornada de 30 horas semanais para
enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e o que garante o pagamento da
insalubridade em grau máximo (40% sobre salários) aos profissionais envolvidos
no combate à pandemia.
Foto: Fernando Frazão