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Foto: Divlgação
A direção do Atlético-MG tem como meta não repetir os erros do Cruzeiro, com dívida bilionária, mergulhado na Série B. E já começa a cobrar caro dos torcedores pela ‘seleção’ que montou

 

“Olá, massa atleticana! Vocês pediram e nós atendemos. Seja bem-vindo, Diego Costa. Estamos muito felizes com sua chegada. Isso só foi possível porque acreditamos na massa. Somos a torcida mais engajada do Brasil, já demonstramos isso diversas vezes. A última foi batendo um recorde. Vendemos 120 mil mantos da massa 113 anos em apenas uma semana. Agora, precisamos de vocês. Temos que chegar em 100 mil sócios-torcedores.”

Há um significativo motivo para o presidente do Atlético Mineiro, Sérgio Costa, ter focado muito mais no pedido de os atleticanos se tornarem sócios-torcedores do que em celebrar a contratação midiática de Diego Costa.

A singela razão é a dívida de mais de R$ 1,3 bilhão.

O clube segue sua filosofia arriscada de depender de mecenas.

Rubens e Rafael Menin são donos da construtora MRV. E outras empresas importantes como o canal de notícias CNN Brasil, além do banco Inter.

Ricardo Guimarães, dono do Banco de Minas Gerais, o BMG.

E Renato Salvador proprietário do hospital Mater Dei

Todos emprestaram dinheiro ao clube.

O plano foi simples e ousado. Construir um estádio para o clube, montar um time com força para ter a hegemonia na América do Sul.

Para ganhar dinheiro com transmissão, patrocinadores e com sua fanática torcida, que chegaria a oito milhões, de acordo com projeções da imprensa mineira. Não há levantamentos recentes sobre torcidas no país.

A perspectiva, com o estádio de R$ 560 milhões, para 46 mil pessoas, é estar pronto em outubro de 2022. E com a projeção otimista de não haver pandemia. O clube espera o estádio lotado em todos os jogos. Por conta da força do time.

 

 

Mas para isso, os sócios-torcedores são fundamentais, com suas mensalidades.

A meta é ousada.

Alcançar até a inauguração do estádio cerca de 200 mil sócios-torcedores.

Por enquanto, há cinco planos, que variam entre R$ 10,00 e R$ 55,00. O maior atrativo é desconto no pacote de ingressos.

O desejo da diretoria é assegurar como, por exemplo, o Barcelona, pelo menos 85% das entradas aos sócios-torcedores. E vender os demais ingressos, com preços ‘cheios’ aos ‘torcedores comuns’.

Além de multiplicar a venda de camisas e produtos licenciados pelo clube.

Mas antes disso, a realidade.

As dívidas atleticanas seguem crescendo. Os mecenas emprestam dinheiro ao clube. Com fez Rubens Menin para a contratação de Diego Costa. São 16 meses, pelo menos. R$ 1,5 milhão a cada 30 dias. Mais premiações por conquistas, artilharia.

O plano dos bilionários atleticanos é fazer o time acumular títulos. E se tornar irresistível aos torcedores.

Mas tem custos.

A folha de pagamento do Atlético, com Diego Costa, chegou a R$ 12,6 milhões.

Para assegurar esse elenco de estrelas, os mecenas garantiram que não haverá atrasos de salários.

 

Para isso, o clube quer a participação efetiva do dinheiro da torcida.

Precisa desse amparo financeiro.

Os dirigentes do Atlético e os mecenas trabalham muito mais preocupados com cada detalhe. Por conta do que aconteceu com o grande rival, o Cruzeiro.

Também dono de dívida bilionária, está mergulhado na Segunda Divisão desde 2020. E a perspectiva de volta à Série A em 2022 é remotíssima. O medo segue de rebaixamento para a Terceira Divisão.

O número de sócios-torcedores do Atlético mais do que triplicou em 2021, com a contratação de medalhões.

Era pouco mais de 21 mil no início do ano. Está em 67 mil. Com a campanha, pressão, para que chegue a 100 mil.

O Cruzeiro, em compensação, não para de perder sócios-torcedores, com a péssima campanha na Segunda Divisão. A estimativa é que sejam pouco mais de 38 mil. Projeção otimista.

Um conquista relevante é fundamental para o Atlético em 2021.

 

 

As entradas do jogo entre Flamengo e Olimpia, em Brasília, vão de R$ 140,00 a R$ 500,00.

Até hoje pela manhã ainda havia ingressos para cinco setores do estádio.

O clube torce para que todos os 18.567 ingressos, 30% da capacidade do estádio, liberada pela prefeitura de Belo Horizonte, sejam vendidos.

Não há segredo.

Para o Atlético Mineiro ter a hegemonia do futebol do Brasil, da América do Sul, o dinheiro de sua torcida apaixonada é fundamental.

O clube que mais investiu em 2021 já começou a cobrar.

E caro…

 

Fonte: R7

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