TCE
Usando uma lousa e caneta, o vereador Chico Preto descreveu, durante seu discurso no pequeno expediente desta segunda-feira (14), o papel da Câmara Municipal de Manaus (CMM) no episódio envolvendo a morte do engenheiro Flávio Rodrigues. O parlamentar destacou que é dever da CMM investigar o uso da estrutura da Prefeitura no caso, conforme prevê os artigos 24 e 25 da Lei Orgânica do Município (Loman).
“Para aqueles que ainda não entenderam o que venho falando, vou desenhar. Houve o uso da estrutura da Prefeitura de Manaus para atrapalhar as investigações da Polícia Civil. Isso aqui não é palanque político. É dever de político à luz do artigo 24 e 25 da Lei Orgânica do Município. É impossível que esse fato seja investigado pela própria Prefeitura. É preciso que um órgão externo ou poder autônomo passe a limpo essa questão. Esta casa não está ouvindo o clamor e indignação de milhares e milhares de pessoas que só pedem que este parlamento cumpra com seu papel.  Não é por aplausos, mas por dever e por justiça”, afirmou.
O vereador reafirmou que a sindicância instaurada no âmbito da Prefeitura para investigar o uso de servidores e carro oficial do município não terá eficácia.
“Uma sindicância onde servidores da Prefeitura vão investigar a possibilidade do próprio prefeito estar envolvido, é uma sindicância que a gente já sabe o resultado. É uma sindicância que não vai dar em nada. Ela tem o mesmo valor da qualidade da parada que foi construída na Ponta Negra, que ontem, no primeiro vendaval, as pessoas que estavam ali em baixo se molharam”, disse.
Por fim, Chico Preto falou da desproporcionalidade do caso, onde de um lado está uma família humilde pedindo justiça, e do outro o poder e o dinheiro.
“Se qualquer uma das outras pessoas que estavam ali fossem verdadeiramente o assassino do Flávio, esse assunto já estaria resolvido e a Prefeitura de Manaus não teria mobilizado céus e terras para buscar encobrir a verdade. Essa questão é desproporcional. De um lado se tem o poder, o dinheiro e os melhores advogados. Do outro lado uma família que perdeu o seu arrimo, aquele que lhe trazia o sustento”, concluiu.
FOTO: ALCIDES NETTO