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Foto: CCN

Na sexta-feira do dia 17 de julho, militares que compõem o Comando Conjunto Norte (CCjN), formado pelo Comando Militar do Norte, 4º Distrito Naval e Ala 9, embarcaram com destino ao Parque Nacional do Tumucumaque, próximo da fronteira com o Suriname, onde estão localizadas 14 aldeias das etnias Tiriyó e Kaxuyana, para a realização de uma Ação Cívico-Social (ACISO), que ocorreu até o dia 21 de julho. O apoio foi na área de saúde, de manutenção de equipamentos mecânicos de uso diário da comunidade e entrega de cestas básicas.

Dentre os especialistas da área de saúde que partiram de Belém e Macapá, destacam-se: dermatologistas, pediatras, ginecologistas, dentistas, médicos generalistas, farmacêuticos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Serão realizados atendimentos médicos, avalições pré-natal, exames de glicemia, testes para Covid-19, além da montagem de um escovódromo para ações de odontologia preventiva e saúde bucal. A critério médico, ainda serão distribuídos medicamentos para tratamentos dermatológicos, doenças infectocontagiosas e analgésicos em geral.
Na equipe em tela, estavam presentes profissionais da área de manutenção de equipamentos, que realizarão os reparos necessários nos materiais mecânicos da comunidade. Ainda dentro das ações, foram doados 7,5 toneladas de alimentos, que beneficiarão cerca de 500 famílias.
A Covid-19 já está presente nas comunidades indígenas que serão atendidas pela ação. De acordo com o Boletim Epidemiológico do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), do dia 10 de julho, foram diagnosticados 91 casos. Desse total, 24 ainda estão em tratamento, e 2 evoluíram para óbito. Essa ação cívico-social, tem por objetivo principal, prestar apoio médico, odontológico e humanitário aos indígenas, auxiliando no enfretamento à Covid-19, de forma preventiva e na contenção da proliferação do vírus, além de outras enfermidades.
Todas as ações que foram realizadas durante a ACISO foram coordenadas junto ao Presidente da Associação dos Povos Indígenas Tiriyo, Kaxuianae Txikuyana – APITIKATXI, Aventino Tiriyo. Dessa forma, a liderança autoriza o ingresso e permanência de não indígenas nas Terras Indígenas do Parque do Tumucumaque pelo tempo que se fizer necessário, para execução de ações de saúde e enfretamento à Covid 19.
Todos os militares envolvidos na Ação Cívico Social realizaram exame PCR para Covid-19. Antes do embarque para Tiriós, os integrantes da missão realizaram o teste rápido. Os testes e a quarentena foram protocolos exigidos a todos os militares participantes da atividade. Na chegada a Macapá, todos os militares que foram testados, realizaram novamente o exame PCR para Covid-19.
1º Pelotão Especial de Fronteira – Tiriós 
A Amazônia brasileira possui uma extensa faixa de fronteira de 11 mil km com 7 países amigos, desde a Guiana Francesa até a Bolívia, contando com 27 Pelotões Especiais de Fronteira. Dentre eles, o 1° Pelotão Especial de Fronteira (PEF), com quase 20 anos de criação, conta com um efetivo de 48 militares, sendo 7 indígenas da etnia Tirió. Sua missão precípua é realizar a segurança, como escalão avançado da Força Terrestre, atuando na vigilância da fronteira brasileira com o Suriname.
Além da sua missão de guarnecer nossas fronteiras, o 1ª PEF apoia os indígenas das etnias Tiriyó, Kaxuyana, entre outras. Essas etnias possuem uma língua nativa predominante e localizam-se na região noroeste do estado do Pará, com aproximadamente 2 mil índios no Brasil e 5 mil na região do Suriname, vivendo da agricultura, da caça e da pesca.
O 1º PEF é um exemplo de que as Forças Armadas se mantêm sempre presentes nos territórios mais distantes e carentes do nosso País. Nossos brasileiros de etnia indígena atuam lado a lado dos militares na defesa da Pátria. Conhecedores da selva, converteram-se no combatente ideal para uma região com as peculiaridades da Amazônia, de extensa fronteira e dificuldades logísticas exacerbadas.
Ativação do Comando Conjunto Norte
O CCjN foi ativado pela Diretriz Ministerial de Planejamento nº 6/GM/MD, de 19 de março de 2020, do Ministério da Defesa, com a missão de apoiar os Órgãos de Saúde e de Segurança Pública, nas esferas Federais, Estaduais e Municipais para prevenir e diminuir os impactos causados pela Covid-19 junto a população dos estados do Pará, Amapá e Maranhão.
As Forças Armadas estenderam a mão amiga aos irmãos índios, estando presentes em mais uma ação de assistência social e de saúde, dessa vez, sobretudo, no combate ao novo coronavírus.
(*) Com informações do Exército Militar