InícioEDUCAÇÃOConfira dicas de especialistas para escolher a escola do seu filho

Confira dicas de especialistas para escolher a escola do seu filho

Especialistas explicam o que os responsáveis precisam saber antes de definir a escola da criança

Escolher os primeiros passos da trajetória escolar dos filhos é uma tarefa desafiadora. A decisão envolve metodologia de ensino, avaliação do espaço físico e da qualidade do corpo docente. Turno preferido e questões logísticas, como a rotina da família e a distância de casa até a escola, também devem entrar nessa equação.

A entrada das crianças em creches e instituições de ensino é permitida a partir dos 4 meses de idade, quando acaba a licença-maternidade para a maioria das mães. A matrícula passa a ser obrigatória a partir dos 4 anos completados até 31 de março. Para essa idade, é importante ter contato com atividades psicomotoras.

A presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal (Sinepe-DF), Ana Elisa Dumont, aponta duas questões que devem ser levadas em consideração durante a escolha: a primeira é verificar se a escola tem autorização de funcionamento, ou seja, se a Secretaria de Educação, por meio do Conselho de Educação, autorizou que a instituição funcione como escola.

“Existem hoje, em Brasília, vários lugares que se denominam como escola, principalmente para crianças pequenas. Mas, se não tem autorização, significa que está colocando em risco a segurança da criança”, explica Ana Elisa. De acordo com ela, é importante verificar se há liberação de órgãos como Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Vigilância Sanitária.

Outro ponto é analisar a proposta pedagógica, que deve estar alinhada às expectativas e aos valores da família. “Conhecer a escola não é só a questão física, o espaço, mas também o plano pedagógico e como ele é desenvolvido, quais são as normas e o regimento interno”, ressalta.

Também é importante se atentar a outras questões relacionadas ao desenvolvimento do aluno, como as soft skills (que definem habilidades comportamentais e competências subjetivas difíceis de avaliar) e a inteligência emocional. “Dependendo da metodologia que a escola adota, vai dar maior ou menor ênfase a esses outros valores, habilidades e competências, que são tão importantes no século 21”, acrescenta Ana Elisa.

Em relação aos preços das mensalidades, a especialista relata que vai depender do que a instituição proporciona. “Vai ter escola que é integral ou semi-integral, a que é parcial, a que ofertará língua estrangeira ou esportes. Nós estimulamos o diálogo da família com a instituição, acreditando que essa parceria é muito importante para a educação das crianças e dos adolescentes.”

Fique de olho

Segundo o presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF), Alexandre Veloso, é importante que os pais visitem de duas a três instituições antes de matricular os filhos. “Faça o agendamento e a visita guiada, pré-agendada. Sugerimos que, depois que passar esse momento, a família vá também no horário inopinado para verificar se as informações passadas realmente fazem parte da rotina da escola.”

Alexandre lista alguns requisitos que devem ser verificados: os projetos que a escola desenvolve; se tem licenciamento dos órgãos competentes; se trabalha com projetos interdisciplinares, que são obrigatórios; se o local é organizado, limpo e com boa estrutura; e se é de fácil acesso.

Nas instituições que ofertam ensino em tempo integral, é preciso saber quais atividades são desenvolvidas no contraturno. “Há denúncias de escolas que deixavam as crianças expostas à televisão, assistindo a vídeo em horário de aula. Então, a família tem de observar quais são as atividades pedagógicas desenvolvidas para poder, de fato, desenvolver a criança na sua plenitude.”

Já para atender alunos com deficiência ou neurodivergentes, é necessário que a escola cumpra todas as exigências da legislação e ofereça um espaço inclusivo. “Hoje, temos um índice alto de crianças com deficit de atenção, então é importante que a família saiba se a escola tem ferramentas para trabalhar com elas.”

Por fim, Alexandre Veloso destaca que os pais podem buscar opiniões e avaliações nas redes sociais e no próprio Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) ou na Secretaria de Educação. “Há um setor de Ouvidoria que pode passar algumas informações referentes a casos que são registrados em relação àquela escola”, aconselha.

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Maurenilson Freire

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