TCE
Do supermercado ao mercadinho, consumidores identificam aumento nos preços dos produtos essenciais em Manaus. Entre os principais produtos que tiveram aumento nas prateleiras estão os produtos de limpeza, carnes e itens da cesta básica que apresentaram o até dobro do valor durante o período de quarentena causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
A funcionária pública aposentada Gracilena Figueiredo tem se assustado com os preços quando consegue ir ao supermercado durante a quarentena. “Eu estou assustada com os valores. Estou deixando de levar itens que eu vim comprar devido o preço. Eu costumo levar seis quilos de cada alimento perecível, mas no momento está impossível. Peguei somente dois quilos de arroz e o feijão eu nem me atrevo a pegar”, ressaltou Gracilena.
A situação não é fácil também para quem está desempregado e não tem como arcar com os preços autos dos alimentos, como é o caso da dona de casa Karine Nunes. “Hoje lá em casa não vai ter macarrão. Eu acho um absurdo o mercado está com esses valores, tudo aumentou, itens de limpeza estão custando o dobro, sem falar que nem tudo que queremos estamos achando como o caso do álcool em gel”, explicou Karine.
A professora Andréa Nina apontou como principal reclamação o valor do álcool em gel e da água sanitária que, segundo ela, estava custando respectivamente R$ 18,99 e R$ 2,49. “Estamos tentado fazer a nossa parte com a prevenção, mas chegando ao supermercado e encontrarmos um álcool em gel de baixa qualidade, por quase R$ 19,00, a água sanitária o dobro do valor, é comprar ou morrer né!. Somos obrigados a aceitar esses valores”, relatou.
De acordo com as informações da assessoria do Supermercado Rodrigues, o estabelecimento busca realizar as mais variadas promoções e oferece cartão da loja para que os clientes possam parcelar suas comprar e não serem tão prejudicados. Quanto ao supermercado DB o gerente do estabelecimento não estava disponível para receber a equipe de reportagem.
5 mil denúncias
O Procon-AM informou que, desde a identificação do primeiro caso de coronavírus no Estado, o órgão recebeu mais de 5 mil denúncias relatando preços abusivos. Segundo o Procon Manaus, as fiscalizações são feitas pelo órgão em diversos horários e estabelecimentos.
Cerca de 50 estabelecimentos já foram autuados por venderem produtos mais caros, sem justa causa, ou seja, os produtos foram comprados dentro do valor de normalidade e sendo revendido com aumento de duas ou três vezes mais caro.
O Procon informou que tem orientado os comerciantes a não crescerem em cima do desespero e da vulnerabilidade da situação e pediu que os consumidores que desejarem realizar denúncias, basta enviar as notas fiscais por meio do whatssap do Procon-AM (98842-3030), que o órgão dará retorno e realizará fiscalização no local da denúncia. 
Menor produção
Segundo o economista Ailson Rezende, o fenômeno acontece devido ao ritmo da produção que diminui durante a quarentena, logo o preço dos produtos tendem a ficarem mais caros. “Pela própria lei da demanda e da oferta, quando há uma escassez no produto, o preço de venda tende a ser elevado. O que não é correto é o estabelecimento aumentar o preço mesmo comprando no valor comum”, explicou Rezende.
Enquanto os preços não diminuem, a saída é pesquisar e rever os itens que são prioridades no consumo diário. “Nesse momento é necessário que o consumidor não fique exposto, mas que pesquise os preços. É orientado que o consumo em casa e no supermercado seja menor para que as compras também sejam reduzidas. São tempos difíceis, então alguns esforços devem ser feitos”, orientou o economista.
Quanto ao uso do cartão de crédito e do cartão dos próprios supermercados o economista ressalta que eles só são viáveis se o consumidor possuir um planejamento para pagamento das faturas que serão geradas devido às compras.
https://emtempo.com.br/economia/197100/consumidores-denunciam-precos-abusivos-em-supermercados-de-manaus