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País tem 820 casos de infecção por coronavírus e 22 mortes

 O presidente da Argentina, Alberto Fernández,
anunciou que a quarentena obrigatória no país, iniciada no dia 20 de março, se
estenderá até 13 de abril. O pronunciamento foi feito na noite deste domingo
(29), após Fernández ter se reunido com especialistas da área médica e
científica e com todos os governadores do país.
 “Tomei a decisão de estender a quarentena
até o final da Páscoa. Isso foi recomendado por especialistas. Será um longo
caminho, uma guerra contra um exército invisível. Mas tenho certeza de que faz
muito sentido e que os resultados serão favoráveis”, disse Fernández em
pronunciamento televisionado.
 Fernández afirmou que um parecer do comitê de
especialistas e doenças infecciosas, consultado por ele, indicou que era
“necessário continuar com as restrições para impedir a propagação
geométrica de infecções”.
 “Somos um caso único no mundo, propusemos
a quarentena plena assim que se soube do início da pandemia. Isso nenhum outro
país fez, portanto, estamos experimentando durante o caminho”, disse o
presidente.
 Fernández afirmou que o Estado estará presente
para garantir a chegada dos alimentos aos setores mais vulneráveis. E pediu à
população ue continue cumprindo a quarentena e cuide dos idosos.
 “Depois de 10 dias [do início da
quarentena], temos que estar muito felizes por sermos argentinos”, disse
Fernández, ressaltando que 90% da população cumpriu o isolamento social,
preventivo e obrigatório. Segundo ele, os argentinos que descumpriram a
quarentena foram processados penalmente.
 O presidente argentino ressaltou que as
medidas de proteção da saúde não significam um descuido com a economia e
lembrou as medidas tomadas nos últimos dias para reduzir o impacto econômico na
vida das famílias mais pobres, de pequenos e micro-empresários.
 “Uma economia que cai sempre levanta, mas
uma vida que termina, não levantamos mais.”
 Fernández disse ainda que está trabalhando
para obter os suprimentos necessários para retardar o avanço da pandemia. E
pediu que todos entendam que estão vivendo um momento de exceção.
 Fernández  afirmou que será duro com os
empresários que demitirem funcionários e pediu ao setor que aceite “ganhar
menos” durante a pandemia. 
 “Aqui ninguém se salva sozinho”,
disse. “Em tal crise, não podemos abandonar alguém e deixá-lo sem emprego.
Aqui, para muitos empresários, trata-se de ganhar menos, não perder.”

 Leitos e respiradores

 De acordo com o jornal argentino Clarín,
cálculos do setor privado de saúde indicam que na Argentina existem 160 mil
leitos em centros de saúde. Desses, cerca de 70 mil estão em clínicas e
hospitais particulares. Hoje, mais de 80% são ocupados por pacientes.
 Apenas 8.500 leitos no país são de terapia
intensiva e cerca de 5.000 têm acesso a um respirador. O plano do governo é
adicionar 1.500 novos respiradores dentro 30 dias. Fernández afirmou que, para
isso, o governo está trabalhando junto com a indústria automotriz.

 Primeira morte no Uruguai

 O Uruguai, país vizinho do Brasil e da
Argentina, tem 310 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus e apenas
uma morte, registrada no último sábado (28).
 A vítima foi Rodolfo González Rissotto,
professor, historiador e ex-ministro da Corte Eleitoral e da Defesa. Ele era
vinculado ao Partido Nacional, atualmente no poder. Rissotto tinha 70 anos e
estava no CTI há 10 dias.
 O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou,
escreveu no twitter: “Um forte abraço para a família e amigos de Rodolfo
González Risotto. Amigo e conselheiro. QEPD [Que em paz descanse]”.
Foto:  Divulgação