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Cerimônia de despedida do
cineasta acontece no auditório do Museu da Imagem e do Som (MIS) nesta quinta
(20). Velório teve apresentação de um grupo de mariachi.
Por G1 SP
20/02/2020
Fã se despede de Zé do Caixão com
capa em velório no Museu da Imagem e do Som — Foto: Celso Tavares/G1
O corpo do ator, diretor e
roteirista José Mojica Marins, conhecido pelo personagem Zé do Caixão, está
sendo velado nesta quinta-feira (20) no Museu da Imagem e do Som, nos Jardins,
área nobre de São Paulo.
Familiares, fãs e amigos podem
prestar as últimas homenagens ao cineasta, que era um dos maiores ícones do
cinema brasileiro. O caixão ficou aberto, com um véu branco por cima, em cima
de um palco no auditório do MIS.
A cerimônia teve apresentação de
um grupo de mariachi, Alberto Apache Y su Mariachi.
O corpo de Zé do Caixão será
enterrado no Cemitério São Paulo, às 12h desta sexta-feira (21). A morte dele
foi confirmada pela filha, a atriz Liz Marins, nesta quarta-feira (19). Ele
morreu às 15h46, no hospital Sancta Maggiore, em São Paulo.
O cineasta estava internado desde
o dia 28 de janeiro para tratar de uma broncopneumonia e deixa sete filhos.
“O Mojica e o Zé do Caixão,
tanto criador quanto criatura, são imortais”, disse Liz Marins, filha de
Zé do Caixão ao chegar na cerimônia.
Rubens Mello, ator de
“Encarnação do demônio”, disse: “O legado do Mojica é
indiscutível. Vamos ter sempre eternizadas essa obras que ele deixa. E a gente
vê hoje esse novos realizadores que vão se aproveitando dessa brecha que o
Mojica deixa.”
Corpo de José Mojica Marins, o Zé
do Caixão, é velado em SP
O ator Bernardo Mendes também foi
ao velório para homenagear o cineasta. “O maior legado que ele deixa é o
amor à família, à arte, ao lúdico nesse lugar sombrio. Porque a morte é sobre
amor e amor é sobre morte”, afirmou.
Dennison Ramalho, diretor, disse
sobre Mojica: “O maior inventor do cinema brasileiro. O grande mestre do
surrealismo brasileiro. O homem que trouxe delírio ao cinema.”
“Ninguém nunca fez isso como
ele. Espero que o futuro nos traga alguém como ele. Mas vai ser muito difícil.
Eu me fiz cineasta na barra da capa dele. Hoje tenho 20 anos de carreira, mas
quando comecei tava lá pendurado na capa dele, pedindo pra ele me
ensinar”, completou Dennison, que escreveu com Mojica “Encarnação do
demônio”.
Mariachi
O velório teve uma apresentação
de um grupo de mariachi (gênero musical popular mexicano), Alberto Apache Y su
Mariachi, cantando a música “Adelita” e outras canções.
Velório de Zé do Caixão tem banda
de mariachi
“Meu pai sempre gostou muito
de música mexicana, de comida também. E sempre teve o desejo de ter música
nessa hora”, explicou sua filha, Liz.
Morre José Mojica Marins, o Zé do
Caixão, aos 83 anos
Mestre do terror brasileiro
Filho dos artistas circenses Antonio
André e Carmen Marins, José Mojica Marins nasceu no dia 13 de março de 1936, em
São Paulo.
Mojica dirigiu 40 produções e
atuou em mais de 50 filmes. Seu interesse pelo cinema de terror escatológico
começou nos anos 1950, mas foi em 1964, com o filme “À meia-noite levarei
sua alma”, que ganhou o apelido de Zé do Caixão.
Seu personagem mais famoso, o
agente funerário sádico com roupas pretas, cartola, capa e unhas longas, ainda
aparece em “Esta noite encarnarei no teu cadáver” (1967), “O
estranho mundo de Zé do Caixão” (1968) e “Encarnação do demônio”
(2008).