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Algumas vezes visto como ‘vilão’ no senso comum, o colesterol, na verdade, é essencial para o bom funcionamento do organismo, em especial como matéria-prima para formação de alguns hormônios, vitaminas e ácidos biliares que atuam na digestão. A exceção ocorre quando esse lipídio é produzido em grandes quantidades, o que pode ocasionar problemas à saúde, razão pela qual o Brasil celebra, em 8 de agosto, o Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol.
Também definido como um álcool monoinsaturado, o colesterol é naturalmente produzido pelo corpo e apenas cerca de 20% a 30% proveniente de alimentos ricos em gordura, como carnes vermelhas, bacon, salsicha, leite integral, queijos amarelos e comidas preparadas à base de frituras. Nesse contexto, uma alimentação mais saudável e a prática de atividades físicas podem ajudar no controle dos níveis de colesterol, pois em excesso causam acúmulo de gordura no sangue, aumentando o risco, principalmente, para doenças cardiovasculares.
“Embora a qualidade da alimentação seja importante, o principal fator a ser considerado é o genético, pois pode ocasionar problemas mesmo em pessoas com hábitos saudáveis”, explica a endocrinologista e consultora médica do Sabin, Larissa Figueiredo.
A especialista destaca ainda que, por não ser hidrossolúvel, o colesterol é transportado às células por meio de lipoproteínas, sendo estas denominadas de LDL (low density lipoprotein) e HDL (high density lipoprotein).
“Quando em excesso, a LDL pode se depositar na parede dos vasos sanguíneos e levar à sua obstrução, por isso é conhecida como colesterol ruim. Seus níveis devem ser mantidos baixos. Já a HDL retira o colesterol das células, evitando o entupimento das artérias, por isso é conhecida como colesterol bom, devendo seu nível ser mais alto”.
*Riscos*
Segundo o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares representam as principais causas de mortes no Brasil. O infarto, por exemplo, cujo principal fator de risco é o nível inadequado de colesterol, ocorre em cerca de 300 mil pessoas por ano, no país. Destes, 30% vão a óbito. Além disso, a pasta estima que, até 2040, haverá aumento de 250% desses eventos entre os brasileiros.
Os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs), popularmente conhecidos como derrames, também podem ser causados pelo colesterol. Outras doenças desse grupo são hipertensão, insuficiência cardíaca, arritmia e miocardite. Para evitar o colesterol alto e as suas consequências, a consultora do Sabin aconselha o combate ao sedentarismo, com estímulos à prática de exercícios regulares e a adoção de uma alimentação saudável. “O ideal é inserir mais fibras na dieta, como vegetais, folhas e legumes. Troque aquela sobremesa calórica por uma fruta, por exemplo. Também evite bebidas alcoólicas em excesso, cigarro, consumo desregrado de açúcar e alimentos industrializados”, orienta.
*Diagnóstico*
Segundo Larissa Figueiredo, o colesterol alto não tem um conjunto de sintomas específicos, mas alguns pacientes sentem tontura em razão da dificuldade de oxigenação no corpo, causada pelo excesso de gordura no sangue. Em outros casos, quando o quadro já está mais avançado, é possível que ocorra cansaço, dor de cabeça, falta de ar, dor no peito e palpitações, porém, todos sintomas associados às doenças cardiovasculares ocasionadas pela alta quantidade desse lipídio.
“É muito importante ter atenção à correta regulação do colesterol. Em caso de suspeita, por exemplo, quando houver tontura e enjoo, a indicação é procurar um médico que possa avaliar o quadro e solicitar exames. Além disso, os próprios check-ups de rotina ajudam a verificar como estão os níveis de colesterol no corpo, sendo importante principalmente quando não há qualquer sintoma”, esclarece a médica.