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 Como forma de minimizar os impactos econômicos
da pandemia do coronavírus entre a população ribeirinha do Amazonas, deputados
sugeriram, durante a sessão ordinária virtual desta quarta-feira (15), que
parte dos recursos provenientes das emendas parlamentares de 2019 sejam
convertidos em cestas básicas a serem distribuídas aos que precisam. A medida
foi apresentada na forma de indicação ao Governo e de antemão ganhou o apoio de
vários parlamentares.
 No Pequeno Expediente o primeiro deputado a
suscitar o tema foi Dermilson Chagas, que questionou a liderança do Governo na
Assembleia sobre a existência de alguma ação de distribuição de cestas para os
ribeirinhos. Em seguida, Cabo Maciel (PL) fez a sugestão para que o Governo do
Estado possa utilizar parte dos recursos das emendas parlamentares destinadas
ao combate da Codvid-19 para adquirir cestas básicas a serem distribuídas à
população do interior. “Acredito que é possível que cada deputado possa
destinar parte de suas emendas para que o Governo possa aplicar em cestas
básicas. Todas as forças estão voltadas praticamente para a capital, mas nesse
momento o interior já passa por dificuldades, como os mototaxistas, por exemplo
e uma série de trabalhadores informais que não podem trabalhar por estarem
cumprindo o isolamento social”, afirmou. Fausto Júnior (PV) reforçou a
iniciativa, destacando que o combate à fome também é uma das necessidades
básicas do momento atual e se disse favorável à iniciativa. Da mesma forma,
Álvaro Campelo (Progressistas) e Belarmino Lins se manifestaram favoráveis.
 Os deputados Alessandra Campêlo (MDB), Adjuto
Afonso (PDT) e Cabo Maciel (PL) também devem unir esforços em um requerimento
coletivo para viabilizar a disponibilização de navios e outros equipamentos das
Forças Armadas no combate à Covid -19 no interior do Amazonas.
 Dermilson Chagas, Wilker Barreto (Podemos) e
Serafim Corrêa (PSB) cobraram a definição de uma data para que a secretária de
Estado de Saúde, Simone Papaiz, possa esclarecer a situação do sistema estadual
de Saúde, conforme foi aprovado na semana passada em plenário virtual.
 Fausto Junior (PV) também chamou a atenção
para os demais atendimentos de Saúde, argumentando que a retomada dos
atendimentos ambulatoriais contribui para a diminuição de complicações de
problemas de saúde. “Outros problemas de saúde podem ser piorados pela falta
dos atendimentos em consultórios médicos, porque todas as atenções estão
voltadas para o coronavírus e sobrecarrega o atendimento nos hospitais de
urgência e emergência em caso de complicação”, afirmou. Com discurso semelhante
ao do colega, o deputado  Wilker Barreto
(Podemos) afirmou que procedimentos coronarianos, como cateterismo e
atendimentos de urgência, como traumatismo, não podem esperar e é preciso
saber, junto à Secretaria de Saúde como estão funcionando as unidades como os
Serviços de Pronto Atendimento (SPAs). “Afinal todo cidadão merece atendimento
independente da pandemia”, destacou Barreto.
 Serafim Corrêa manifestou preocupação com o
remanejamento de doentes do Hospital Delphina Aziz, referência no atendimento à
Covid-19, para outras unidades, alertando para o risco de contaminação
hospitalar entre os pacientes convalescentes de Covid-19 e dos não Covid-19.
Drª Mayara (PP) reforçou a urgência de abertura de novos leitos na rede pública
de saúde com o funcionamento do Hospital Nilton Lins dedicado à Covid -19 e
parabenizou o Governo pela abertura do processo seletivo para contratação de
profissionais da área de enfermagem.
 O presidente da Comissão de Defesa do
Consumidor, deputado estadual João Luiz (PRB), falou sobre o resultado das
reuniões e audiências públicas sobre a redução do valor das mensalidades das
escolas e instituições educacionais particulares por conta da pandemia. Segundo
o deputado o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi rejeitado pelo Sindicato
dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe-AM) e
algumas instituições, de forma autônoma, passam a oferecer a redução dos
valores ou devem estudar alguma forma de benefício aos pais e alunos. Joana
Darc defendeu uma legislação específica para garantir a redução. “Acredito que
devemos sim, regulamentar essa redução, até mesmo para dar subsídios aos órgãos
fiscalizadores de defesa do consumidor para uma atuação mais proativa, por isso
vou ajustar o projeto de lei apresentado por mim anteriormente nesse sentido,
mas sem estipular percentual de redução, para tentar encontrar alguns
parâmetros para garantir os direitos dos pais e alunos com também a garantia de
manutenção dos serviços e manutenção dos profissionais de educação”, anunciou a
deputada.
 Sinésio Campos (PT) tratou sobre o decreto
municipal que obriga o uso de máscaras em via pública, afirmando que a
prefeitura deve fornecer as máscaras para a população, sugerindo, para isso,
parcerias com fábricas do Distrito Industrial ou costureiras. Sobre o decreto,
Joana Darc apresentou um indicativo semelhante à prefeitura e, por isso,
sugeriu a Sinésio o alinhamento das propostas em um só requerimento.
 Última oradora do Pequeno Expediente,
Alessandra Campêlo (MDB) apresentou um requerimento, alinhado ao posicionamento
de seu partido político, de adiamento das eleições municipais e utilização
total do Fundo Eleitoral para o combate ao coronavírus. Segundo a deputada,
caso acatado pela Assembleia, a iniciativa pode servir de inspiração para as
demais casas legislativas do Brasil. “Este poderia ser um indicativo da
Assembleia como um todo, caso os colegas concordem, porque é uma matéria
positiva que deve ir ao encontro daquilo que a população espera, que é o uso do
Fundo Eleitoral para o combate ao coronavírus e ajudar a a economia. Se nós
dermos este pontapé inicial, podemos fazer um movimento a nível nacional”,
afirmou, recebendo o apoio de parlamentares como Fausto Junior (PV), Felipe
Souza (Patriota) e Belarmino Lins (PP).
 A Sessão Plenária Virtual seguiu com a Ordem
do Dia para votação de matérias legislativas pelos deputados.
Fonte: ALEAM
Foto: Divulgação