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Desde que tomou posse, na sexta-feira (17), o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, não deu nenhuma entrevista e suspendeu, também, as coletivas diárias com informações técnicas sobre a atuação do governo. Essas entrevistas são importantes para que os brasileiros, o país possa acompanhar a situação da Covid-19, as providências que estão sendo tomadas para enfrentá-la e os problemas que precisam ser ultrapassados.

O novo ministro da Saúde não apareceu em público nesta segunda. Nelson Teich foi visto em uma rápida imagem, feita pelo repórter cinematográfico Fernando Rodrigues, saindo da garagem do ministério.

Ele foi para uma reunião no Palácio do Planalto onde, segundo fontes do governo, conversou sobre um possível substituto para o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo. Dentro do ministério, os técnicos ainda não sabem o que acontecerá com a equipe. Depois do almoço, ele fez uma reunião com os secretários no ministério, e depois voltou para o Planalto, onde se encontrou com Bolsonaro. O compromisso não estava na agenda do presidente e nem na do novo ministro.

Esta segunda foi o quarto dia de trabalho de Nelson Teich. No domingo (19), ele participou de uma reunião por videoconferência com o G20, o grupo de países mais ricos do mundo, mas ainda não detalhou quais os planos dele para enfrentar o novo coronavírus. Até a entrevista coletiva que era feita diariamente por técnicos do Ministério da Saúde, para prestar contas e orientar a população sobre os cuidados que deve seguir, foi suspensa.

Nesta segunda, ao informar a atualização do número de casos novos e mortes, o Ministério da Saúde trocou os dados e cometeu um erro: divulgou o registro de 1.307 mortes em São Paulo, quando na verdade são 1.037, uma diferença de 270 óbitos, que não aconteceram. O ministério foi obrigado a se corrigir: reconheceu que “houve um erro de digitação na tabela”, sem dar mais informações.

No começo da noite desta segunda, o Ministério da Saúde divulgou um vídeo em que Nelson Teich fala sobre compra de respiradores e, sem dar detalhes, anunciou um aumento na previsão de compra de testes. Serão 46 milhões de kits, segundo o ministro. Teich disse que isso é necessário para começar a planejar, segundo ele, uma saída progressiva do distanciamento social. O isolamento é defendido pela Organização Mundial da Saúde.

“Essa combinação do diagnóstico, do tratamento e da preparação para a saída do distanciamento social faz parte da estratégia da abordagem da Covid-19. Com isso, a gente está atuando em três braços que são fundamentais. Um é entender melhor a doença, fazer o diagnóstico, entender a evolução. A segunda coisa é preparar a infraestrutura para o tratamento para que a gente, nesse tempo que a gente está afastado, que vai ser usado para melhorar, preparar para o cuidado. E o terceiro: que a gente vai, com essa preparação, desenhar esse programa de saída progressiva, estruturada e planejada do distanciamento social”, explicou Teich.

https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/04/20/desde-que-tomou-posse-nelson-teich-nao-deu-entrevista-e-suspendeu-coletiva-sobre-covid-19.ghtml