TCE

Ministério da Saúde diz que demandas estão sendo atendidas

 O secretário de saúde do Distrito Federal,
Francisco Araújo Filho, afirmou em entrevista coletiva realizada ontem (6) que o Ministério
da Saúde não vem atendendo às demandas da capital em relação ao combate à
pandemia do novo coronavírus (covid-19). Em nota à Agência Brasil, o
Ministério da Saúde respondeu às questões apontadas pelo governo do
Distrito Federal.
 A afirmação foi realizada quando a equipe da
Secretaria de Saúde apresentava as medidas adotadas no DF, que é a unidade da
federação com maior incidência por 100.000 habitantes (15,5), e está entre as
cinco com maior número de óbitos (10).
 “Tudo que encaminhamos não foi atendido.
Solicitamos habilitação de 318 leitos, e não foi habilitado nenhum. Mandaram
testes que não funcionam e aventais que também não funcionam”, declarou
Francisco Araújo Filho. Ele cobrou mais diálogo por parte da pasta e
efetividade nas medidas.
 Os gestores da Secretaria também questionaram
a afirmação da equipe do Ministério da Saúde de que alguns estados, entre eles
o DF, estariam em situação de “avanço descontrolado” da pandemia.
 “Não há dado na literatura que sustente o
termo avanço descontrolada e não traduz a dimensão do que é feito no DF. Pode
dar a entender que nenhuma medida pode controlar a curva de crescimento. Não só
no DF como outros estados que adotaram medidas de isolamento estão sim tendo
impacto em termos de achatamento na curva”, comentou o secretário de vigilância
em saúde, Eduardo Hage.

 Ministério

 À Agência
Brasil
, o Ministério da Saúde respondeu que tem apoiado estados
e municípios no combate ao coronavírus “a partir do planejamento permanente da
estrutura existente e da necessidade das ações de acordo com os cenários”. Ontem, apresentou no
boletim epidemiológico novas orientações que preveem a possibilidade de
flexibilização das regras de distanciamento social para municípios e estados
com menos de 50% da capacidade do sistema de saúde ocupado, o que não se aplica
ao DF.
 O ministério afirmou ainda que liberou R$ 1
bilhão a administrações locais para ações de combate, incluindo abertura de
leitos ou custeio; contratação de R$ 5,8 mil médicos; ampliação do programa de
compensação financeira para postos que ficarem abertos por mais tempo;
licitação pra aquisição de 50 milhões de Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs); locação de dois mil leitos; distribuição de 500 mil testes rápidos e
54,8 mil testes de laboratório, com meta de adquirir 22,9 milhões de testes no
total.
 “Cabe ressaltar que o Sistema Único de Saúde
(SUS) é tripartite, e os entes federados podem e devem também realizar compra
de insumos e equipamentos para a manutenção da saúde pública na região”,
completa a nota.
Foto: Marcello Casal Jr.