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Donos de bares e restaurantes de Manaus apresentaram para o sindicato que representa os trabalhadores do setor, nesta segunda-feira (8), centenas de rescisões de contratos de funcionários. O ato aconteceu no Centro da cidade, como forma de protesto pela falta de definição em relação à retomada presencial dos serviços.

O Amazonas vive um novo colapso no sistema de saúde, após um aumento no casos e internações por Covid-19, e o governo voltou a restringir serviços não-essenciais em todo o estado, com limitações na circulação de pessoas entre 19h e 6h. Além disso, estabelecimentos não essenciais continuam proibidos de abrir, mas podem atuar pelo sistema de delivery (entregas).

Para socorrer os microempreendedores individuais, pequenas e médias empresas, profissionais liberais e autônomos, o governador Wilson Lima prometeu, no início de janeiro, um pacote de crédito de R$ 140 milhões, com auxílios entre R$ 500 e R$ 100 mil.

Segundo o presidente estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Fábio Cunha, para amenizar os efeitos da crise no setor, os empresários chegaram a dar férias coletivas para os funcionários, mas a falta de uma definição sobre uma possível retomada das atividades foi crucial para a decisão.

“Nós estamos aqui para conversar com o presidente do sindicato laboral do setor de alimentação fora do lar, porque nós fomos sacrificados desde março, no começo da pandemia, e agora, em janeiro foi o pior mês, porque estão vencendo os empréstimos junto com as nossas dívidas. E mesmo assim, nós conseguimos salvar os empregos, dando férias coletivas. Só que agora em fevereiro os colaboradores voltaram e não temos nenhuma data de retorno para o nosso setor. Então só nos resta a demissão”, explicou.

Cunha explicou que o setor de alimentação fora do lar é um dos que mais emprega na cidade, e tinha mais de 80 mil empregos diretos no início da pandemia, em março de 2020. No entanto, segundo ele, 40% desses funcionários já foram demitidos. O dirigente também falou sobre a linha de crédito ofertada pelo governo do Amazonas e a redução do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS).

“A redução do ICMS foi bom. A gente agradece. A linha de crédito também é legal, mas não atende a todas as empresas. Visto isso, temos que fazer as demissões. A redução do ICMS vai ser legal depois da pandemia, mas agora não atende, não socorre o que a gente precisa”.

Por fim, o presidente explicou que a categoria se reuniu com os deputados federais do Amazonas para tentar a manutenção da Medida Provisória 936, que permitiu a suspensão dos contratos de trabalho.

Já de acordo com o presidente do sindicato que representa os trabalhadores, Gerson Almeida, todos os contratos mediados pela entidade estão vindo com uma cláusula de recontratação dos trabalhadores, após a estabilidade do setor em um momento futuro.

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