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Alvinegro foi rebaixado pela 1ª vez na história à segunda divisão, enquanto equipe do Brasil vive maus momentos nas Eliminatórias

A seleção brasileira teve um ano pífio, e o Santos foi rebaixado pela primeira vez em sua história. O que Pelé, falecido há um ano, pensaria dos maus momentos das duas equipes em que se tornou uma lenda?

“Com certeza o nosso ‘rei’ estaria muito preocupado”, responde Edinho, um de seus sete filhos, em entrevista à AFP por ocasião do primeiro aniversário da morte, em 29 de dezembro, daquele que muitos consideram o maior jogador de todos os tempos.

Mas essa crise “não é uma coisa que aconteceu de um dia para o outro, são problemas importantes e bastante complexos”, acrescenta o ex-goleiro do Peixe (1991 e 1994-98), que hoje é treinador.

O lendário camisa 10 morreu aos 82 anos em São Paulo, devido a um câncer de cólon. Até o fim da vida acompanhou as duas equipes que imortalizou e que defendeu durante a maioria de seus 21 anos de carreira (1956-1977).

“Parece que foi ontem que o nosso rei nos deixou”, diz o filho, de 53 anos, a voz que mais se destaca na família de Edson Arantes do Nascimento.

Com a ‘amarelinha’ do Brasil, Pelé foi o único jogador a conquistar três Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970), e com a camisa branca do Santos ergueu a maioria de seus troféus, incluindo seis ligas, duas Copas Libertadores e duas Copas Intercontinentais.

Com mais de mil gols marcados (1.283, segundo sua contagem), tornou famoso o futebol brasileiro e mudou para sempre o significado da camisa 10.

Mas 2023 teria sido um duro golpe para Pelé: pela primeira vez em seus 111 anos, o Santos foi rebaixado, na última partida do Campeonato Brasileiro, no estádio da Vila Belmiro, onde o Rei foi velado com o comparecimento de mais de 230 mil pessoas.

“Infelizmente, não foi uma surpresa porque a gestão foi muito complicada, e quem acompanha o dia a dia do clube poderia antecipar um cenário muito difícil, que acabou acontecendo mesmo”, afirma Edinho, referindo-se a anos de crises financeiras, esportivas e institucionais.

Após o desastre, o clube pretende proibir o uso da camisa 10 enquanto estiver na Série B.

Seleção brasileira

Já a Seleção Canarinho também passa por dificuldades dentro e fora de campo.

Os pentacampeões mundiais vivem uma disputa pela presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), há dúvidas em sua comissão técnica e, após uma sequência inédita de maus resultados, está em sexto lugar entre dez seleções nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.

“Estamos vivendo uma baixa. Ainda temos grandes jogadores, mas, de modo geral, nós tínhamos muito mais jogadores de alto nível do que temos hoje”, diz Edinho, que até fevereiro treinou o Londrina, na segunda divisão.

“Sem dúvida, este foi um ano em que ele [Pelé] estaria muito triste se estivesse aqui”, resume.

Ao longo do ano, Pelé recebeu várias homenagens. É ou será o nome de estádios de Cabo Verde, Colômbia ou Guiné-Bissau, assim como verbete sinônimo de “excepcional, incomparável, único” num dicionário popular da língua portuguesa.

O Congresso brasileiro também tenta fazer do 19 de novembro o “Dia do Rei Pelé”, pois nessa data, em 1969, ele marcou seu milésimo gol. E o prêmio concedido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) aos melhores atletas do ano agora é chamado de “Troféu Rei Pelé”.

Em Santos, o mausoléu onde repousa seu corpo foi aberto ao público em maio, e de lá para cá foi visitado por mais de 6.000 pessoas, disseram administradores do local à AFP.

Para o primeiro aniversário de sua morte, na sexta-feira, os eventos serão discretos.

Os seis filhos vivos do Rei farão um encontro virtual “íntimo”, porque alguns moram nos Estados Unidos. Em frente ao Museu Pelé, em Santos, está prevista uma missa em sua memória.

“Ele levou o nome do país aos quatro cantos do mundo através do futebol, então é motivo de muito orgulho para nós da família”, afirma Edinho. “Ele foi excepcional, uma referência de excelência […]. Sentimos muita saudade dele.”

 

 

Fonte: R7

Foto: Divulgação