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Foto: Divulgação
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Senador diz que fila das vacinas não pode ser atropelada por quem tem dinheiro
O senador Eduardo Braga (MDB/AM), que tem 60 anos e faz parte do grupo prioritário da vacinação contra a covid-19,  tomou a segunda dose da vacina nesta quinta-feira (08/04), no posto drive-true do Centro de Convenções do Amazonas (Sambódromo), no bairro Alvorada, zona Centro-Oeste de Manaus. “Glória a Deus”, disse Eduardo ao ser imunizado.  Ele voltou a cobrar a aceleração do plano de vacinação para combater a doença, que já matou 341 mil brasileiros – no  Amazonas, foram 12.177 vidas foram perdidas.
Mesmo vacinado, Eduardo Braga garantiu que vai manter os cuidados necessários para prevenir o contágio, evitando aglomeração, usando álcool em gel e máscaras. “Vamos manter os protocolos, até porque mesmo quem está vacinado pode transmitir a doença ”, afirmou Braga, que foi infectado pela Covid-19 no ano passado. A esposa do senador, dona Sandra Braga, de 62 anos, também tomou a vacina.
Vale-tudo
Um dia antes de tomar a segunda dose, Eduardo Braga criticou a aprovação, pela Câmara dos Deputados, de projeto que permite que vacinas compradas pela iniciativa privada possam ser aplicadas em empresários e funcionários antes da imunização de todos os grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização. “A importação e a aplicação de vacinas contra a covid-19 pela iniciativa privada não podem ser transformada num “vale-tudo””, alertou o senador.
Braga também se disse contrário à redução de 100% para 50% do repasse a SUS das doses compradas por empresas privadas, como previsto no projeto aprovado na Câmara. “Nós não podemos transformar a vacina numa questão em que aqueles que têm dinheiro vão poder se vacinar e aqueles que não têm dinheiro vão ter que ficar numa fila infindável, que não vai andar por falta de vacina”, argumentou o parlamentar.
Segundo Eduardo Braga, o projeto apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já aprovado e sancionado pelo presidente da República, foi a alternativa ideal para que a iniciativa privada se some ao esforço de imunização contra a covid-19.
A previsão, na legislação em vigor, é que todas as vacinas adquiridas pela iniciativa privadas sejam doadas ao SUS até que se complete a meta de imunização dos 77 milhões de brasileiros dos grupos prioritários, que são mais vulneráveis à covid-19. Depois disso, as empresas poderão usar metade das doses para vacinar seus próprios funcionários e familiares, gratuitamente. ”Isso sim é humano, é socialmente compreensível e plausível do ponto de vista sanitário”, ponderou.
Patentes
Eduardo Braga avaliou como prudente o adiamento do projeto que trata da quebra de patentes das vacinas contra covid-19, para que o texto possa sofrer os aprimoramentos necessários. Mesmo considerando que os acordos internacionais, que têm força de lei, precisam ser respeitados, o líder do MDB foi incisivo: “Nada justifica o Brasil não quebrar patentes específicas, pelo tempo específico, para salvar vidas na pandemia. Nada!”
O parlamentar foi além, na defesa da quebra de patentes, que tem a oposição do governo federal: “O governo que não venha com esses argumentos que são injustificáveis. É preciso haver ajustes? Sim. É preciso respeitar a questão dos acordos internacionais? Sim. Mas nós não podemos deixar de quebrar, como está previsto nos artigos dos acordos internacionais registrados em ambas as Casas do Congresso, de forma específica”.
Na avaliação do senador Eduardo, “o Brasil não aguenta mais assistir à morte de milhares de brasileiros todos os dias, e nós não conseguimos dar respostas que precisamos dar”. O parlamentar elogiou o esforço que vem sendo feito pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, que tem se desdobrado junto à comunidade internacional para tentar conseguir mais vacinas para o Brasil.
“Acho que a diplomacia é mais importante do que o dinheiro neste momento, porque os países têm dinheiro para comprar vacina, o que falta é vacina. E com os países que detêm as vacinas, não é a iniciativa privada que vai resolver, é a diplomacia brasileira que pode resolver, é a diplomacia do nosso governo do Congresso Nacional, do Senado da República, da Câmara dos Deputados que pode resolver” afirmou, antes de reiterar, uma vez mais, sua disposição pessoal para ajudar na busca de mais vacinas, mais leitos de UTI, insumos e medicamentos que possam ajudar a salvar vidas no país.