TCE

Depois de incendiar a própria residência, um rapaz chamado Douglas procura um lugar para viver temporariamente. A partir desse processo de busca feito ao lado do pai, do irmão e da ex-namorada, e com as limitações geradas pela situação de escassez, ele se vê diante da complexidade dessas relações, que questionam o que e como podemos fazer para manter viva a última fagulha de esperança em nossas vidas.

Esta é a narrativa do espetáculo de teatro-performance “Queimar a Casa”, do Grupo Jurubebas, que estreia nesta terça (22), às 20h, na sede da companhia (Rua Comandante Norberto Von Gal, 178, Bairro da Paz). A entrada é gratuita. 

Dirigida por Wellington Dias, a obra foi construída a partir da pesquisa “Ateliê dramatúrgico – processos criativos de dramaturgias contemporâneas textuais”,  do dramaturgo e ator-performer Caio Muniz – que dá vida ao personagem Douglas.

A proposta da performance é provocar o espectador acerca do que é possível fazer para lidar e vencer as dificuldades que surgem a partir das necessidades em momentos de crise. “A encenação deixa isso em aberto para que cada um responda dentro de si. O que mais me motiva é criar uma experiência instigante e provocativa ao espectador, como uma testemunha desse ato”, pondera Muniz.

A cenografia é composta por objetos enferrujados e queimados, além de eletrônicos domésticos, e caixas de cerveja. A trilha sonora é original, composta por Gabriel Soares, e que vai embalar a apresentação ao som de violão, gaita e flauta.

A iluminação, refletindo a essência do fogo, possui cores quentes, que dialogam com outros tons sombreados. “Na apresentação, o corpo do ator-performer se relaciona em vários níveis e sensações com elementos da cenografia”, destaca Caio. 

Liberdade

A direção de arte da obra é assinada por Francisco Ricardo, vencedor de um Kikito na categoria “Melhor Direção de Arte” pelo filme “O Barco e o Rio”, no 48º Festival de Gramado. “Tenho feito o processo de cenografia e de iluminação. Tem sido interessante, porque o espetáculo é um monólogo e basicamente não existem indicações do texto sobre os objetos que compõem o cenário. A gente ficou muito livre para pensar sobre isso, dentro das emoções que o personagem passa e dentro daquilo que eu tenho percebido dentro do processo do Caio”, complementa Francisco.

De acordo com Caio, o grupo planeja uma temporada de exibição da obra no segundo semestre de 2021, mas ainda não há data prevista. Na apresentação presencial, haverá distanciamento entre os espectadores, com uso obrigatório de máscara, número restrito de público e disponibilização de álcool em gel. 

A apresentação de “Queimar a Casa” terá transmissão online por meio do canal no Youtube do Grupo Jurubebas. “Queimar a Casa” é um projeto contemplado pelo Prêmio Manaus de Conexões Culturais – Manauscult, por meio da Lei Aldir Blanc.

Perfis

Caio Muniz – Iniciou o contato com teatro   no curso livre de Teatro Cláudio Santoro da Zona Norte. Cursa Licenciatura em Teatro pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Participou do Programa de Iniciação à Docência – PIBIB. Participou do Programa de Iniciação À Pesquisa Científica – PAIC com a pesquisa “Mediação cultural de tendências contemporâneas do Teatro para o ensino”.

Wellington Dias – Diretor teatral, ator, produtor cultural e professor no curso de Teatro da UEA. Tem Bacharelado e Mestrado em Direção Teatral no RITCS School of Arts em Bruxelas, na Bélgica. Bacharel em Interpretação na UNIRIO. Desenvolve pesquisas, experimentos cênicos e performativos a partir do corpo, espacialidades e identidades amazônicas.

Francisco Ricardo – Artista plástico, diretor de arte, cenógrafo, figurinista, fotógrafo, com  espanhol avançado e inglês básico. É Licenciado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Amazonas. É ganhador do Kikito de “Melhor Direção de Arte” pelo curta “O Barco e o Rio” (2020).

Ficha técnica

Dramaturgia e atuação – Caio Muniz

Direção – Wellington Dias

Direção de Arte – Francisco Ricardo

Produção – Caio Muniz & Emilly Cerdeira

Iluminação – Léo Margarido

Trilha Original – Gabriel Soares

Preparação corporal – Mara Pacheco