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Estratégia de educação para saúde de Presidente Figueiredo é compartilhada em livro da Plataforma IdeiaSUS Fiocruz

Mariane Abreu, secretária municipal de Saúde, participou da solenidade de lançamento da publicação nesta sexta-feira, no Museu da Vida, campus sede da Fiocruz no Rio de Janeiro

O projeto de educação em saúde implementado pela prefeita Patrícia Lopes em Presidente Figueiredo, agora será compartilhado para todos os municípios brasileiros por meio da Plataforma IdeiaSUS Fiocruz. A publicação, organizada em sete capítulos, dos quais um deles foi traduzido, de forma inédita, para o Guarani, foi lançada na sexta-feira (1º/03), em evento no auditório do Museu da Vida, campus sede da Fiocruz no Rio de Janeiro.
A secretária municipal de Saúde, Mariane Abreu, e a coordenadora de Vigilância em Saúde, Emmy Machado, que contam a experiencia exitosa da estratégia de educação e promoção de direitos, colocada em pratica pela secretaria municipal de Saúde (Sems), por meio do Núcleo de Educação Permanente de Saúde, em parceria com o Conselho Municipal de Saúde de Presidente Figueiredo, no capitulo 6 da publicação compareceram, representaram a prefeita Patrícia Lopes na solenidade.
“Antes de tudo, quero dizer que não estaríamos aqui se a nossa gestora, Patrícia Lopes, não tivesse a compreensão e determinação de que a participação social na elaboração de políticas públicas é determinante para que se alcance resultados tecnicamente eficientes e socialmente justos. É assim que ela conduz a administração de Presidente Figueiredo, de forma participativa, em todas as áreas da gestão”, destacou Mariane Abreu.
A secretaria explicou que a estratégia foi montada para que o município tivesse um plano municipal de Saúde que contemplasse em suas metas, todas as necessidades da população, o que só poderia ser alcançado se todos os elos da cadeia de serviços públicos de saúde pudessem opinar, contribuir, para que, ao final a equipe soubesse o que precisa ser feito e como era por fazer.
“Trata-se da aplicação da educação permanente em saúde, por meio de oficinas, e da participação de usuários, profissionais e gestores de saúde na construção do Plano Municipal de Saúde, com apoio das conferências locais de saúde. Esse planejamento participativo possibilitou o fortalecimento da participação social, o conhecimento da realidade das unidades de saúde e a construção colaborativa das ações de saúde a partir dos territórios”, afirma.
Mariane Abreu lembrou ainda que o reconhecimento da iniciativa de Patrícia Lopes, de elaborar um Plano Municipal de Saúde de forma coletiva, inserida na publicação Plataforma IdeiaSUS Fiocruz, para ser compartilhada com todo o país, pode ser medido diretamente na rede pública de saúde, onde 90% das metas estabelecidas já foram alcançadas, também venceu a 18ª Mostra Aqui Tem SUS, realizada em Campo Grande (MT), em 2022.

“Onze Unidades Básicas de Saúde (UBS) foram reformadas, ampliadas e modernizadas, assim como outras estruturas de retaguarda de saúde do município. Construímos um complexo municipal com laboratório de análise clinicas – o maior do interior do Amazonas – Centro de Fisioterapia, Centro de atendimento Psicossocial, implantamos projetos como Melhor em Casa, Sorriso Legal, iniciamos a construção do novo hospital municipal, com maternidade e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e a nova central do Serviço Atendimento Móvel de Urgência (Samu), entre outras coisas”, citou Mariane Abreu.
Sobre a obra
Fiocruz é SUS: rodas de saberes, práticas compartilhadas dá título ao novo livro da Plataforma IdeiaSUS Fiocruz.
O primeiro e o segundo capítulos tratam da curadoria em saúde IdeiaSUS Fiocruz. Assinado pelas pesquisadoras da IdeiaSUS, Claudia Le Cocq e Marta Magalhães (organizadoras também do livro), o capítulo 1 destaca os caminhos trilhados por esta iniciativa, que ganha impulso em 2018. Como escrevem as autoras, a curadoria é reconhecida como um processo formativo e informativo das práticas do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é contribuir para a reflexão, a sistematização e o fomento da discussão sobre experiências de diferentes territórios e temáticas do SUS.
Ainda no capítulo 2, assinado por vários curadores parceiros da IdeiaSUS, os focos são as potencialidades e os desafios da proposta. Como definem, a atividade implica o ato de apoiar e acompanhar práticas de saúde, convidando gestores e equipes envolvidas com aquela experiência a aderirem ao processo de reflexão crítica sobre os seus trabalhos no cotidiano do SUS.
O terceiro capítulo segue com a sistematização e apresentação da prática sobre a implantação da Rede de Atenção e Prevenção ao Suicídio de Anastácio, em Mato Grosso do Sul. A criação da Rede, em 2017, justificou-se pelos altos índices de suicídio na região sul-mato-grossense de Anastácio e Aquidauana. A iniciativa nasce com o objetivo de atuar na prevenção, atenção e posvenção dos casos identificados pela Rede de Atenção à Saúde da cidade.
O capítulo 4 trata da saúde mental dos povos indígenas. A experiência nasce da escuta das demandas de saúde mental da população indígena da aldeia Tarumã, pertencente ao Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Polo Base de Araquari, em Santa Catarina.
O quinto capítulo é dedicado a uma experiência do município de Pilar, em Alagoas, voltada para o enfrentamento da hanseníase. O trabalho lança mão de duas potentes estratégias: identificação de clusters, ou seja, de áreas consideradas de risco para a doença, permitindo uma análise fiel das ações de controle, bem como o diagnóstico precoce; e treinamento em serviço.
O capítulo 6 aborda uma estratégia de educação e promoção de direitos em Presidente Figueiredo, no Amazonas.
O último capítulo do livro é sobre uma experiência de Santo André, em São Paulo, voltada para o cuidado à saúde de gestantes, usuárias de substâncias psicoativas, vivendo em situação de rua. A equipe cuidadora dessas mulheres fazem parte do Consultório na Rua, sob a gestão da Coordenação de Saúde Mental do município, que, historicamente, investe na diretriz de redução de danos. O livro é encerrado com o posfácio, assinado pelo historiador Carlos Fidelis Ponte, presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), instituição parceira na edição da publicação. Em alusão às experiências evocadas, Fidelis Ponte afirma que as iniciativas locais implicam elementos essenciais para a conquista de uma vida digna e saudável.
Vozes da Saúde
As experiências destacadas nesta publicação servem, ainda, de pauta para cinco dos atuais 65 episódios de Vozes da Saúde, as experiências da IdeiaSUS, disponíveis no Youtube. A série, produzida pela Plataforma IdeiaSUS Fiocruz e a VideoSaúde Fiocruz, é um ponto de memória de práticas que refletem um sistema público de saúde diverso, potente e presente na vida de milhões de pessoas, espalhadas pelo Brasil.

Fotos: Arquivo pessoal da secretária Mariane Abreu