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Brasil – De acordo com um novo estudo feito com dados de cerca de 1.400 estações de monitorização da qualidade do ar em toda a China, as taxas de suicídio aumentam conforme a qualidade do ar diminui. O estudo combinou os dados sobre a qualidade do ar e relatórios de mortes por suicídio e descobriu até que ponto respirar um ar nocivo está relacionado com o número de pessoas tirando a própria vida.

O economista da Universidade Chinesa de Hong Kong, Zhang e seus colegas testaram se conseguiam isolar os efeitos da poluição atmosférica com relação a outros fatores de suicídio. Eles então fizeram a análise de dados semanais sobre a qualidade do ar e se concentraram em um fenômeno meteorológico chamado inversões térmicas. Esse fenômeno prende a poluição do ar perto do solo em uma camada de ar frio que fica presa por uma de ar quente.

Embora essas inversões durem somente algumas horas, em um nível municipal, elas podem aumentar a concentração média semanal de partículas finas no ar em aproximadamente 1%.

Estudos anteriores mostraram que essas partículas podem ir diretamente para o cérebro e mudar sua química em somente 24 horas. Consequentemente, a saúde mental tem um piora e pode ser que a regulação emocional a longo prazo também fique pior.

Baseando-se nesses estudos, Zhang e seus colegas notaram um aumento claro e repentino nas taxas de suicídio dentro de uma semana após eventos de inversão térmica. Contudo esse efeito não durou mais do que sete dias.

“Estes são suicídios ‘adicionais’ – mortes que de outra forma nunca teriam ocorrido se a qualidade do ar não tivesse deteriorado”, escreveram os pesquisadores.

Felizmente, aproximadamente 10% da tendência de diminuição das taxas de suicídio na China são por conta da diminuição da poluição atmosférica. Colocando em números, são praticamente 46 mil mortes por suicídio evitadas entre 2013 e 2017 por conta de um ar mais limpo.

“Embora ainda permaneçam muitas questões em aberto relativamente às ligações entre a qualidade do ar, a saúde mental e o suicídio, esta análise acrescenta urgência aos apelos por políticas de controlo da poluição em todo o mundo”, pontuaram os pesquisadores.

Fonte: D24am