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Embora os esforços globais para combater a doença infecciosa tenham salvado cerca de 75 milhões de vidas desde o ano 2000, ela ainda causa 1,3 milhão de óbitos todos os anos e afeta milhões de pessoas.

 

Um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e elaborado por pesquisadores do Brasil, da Geórgia, do Quênia e da África do Sul mostra que a expansão do rastreio e o tratamento preventivo da tuberculose podem levar a benefícios econômicos e de saúde significativos. Embora os esforços globais para combater a doença infecciosa tenham salvado cerca de 75 milhões de vidas desde o ano 2000, ela ainda causa 1,3 milhão de óbitos todos os anos e afeta milhões de pessoas.

A experiência dos quatro países mostra que investir em rastreamento e prevenção resulta no ganho de até US$ 39 a cada US$ 1 aplicado no programa. Além disso, o relatório destaca que a estratégia pode reduzir substancialmente a incidência e a mortalidade por tuberculose.

“O cenário de investimento descreve a lógica econômica e de saúde para investir em intervenções baseadas em evidências e recomendadas pela OMS sobre o rastreio e prevenção da tuberculose, que podem contribuir para o avanço da cobertura universal de saúde”, afirmou, em uma coletiva de imprensa, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Hoje, temos o conhecimento, as ferramentas e o compromisso político que podem acabar com essa doença milenar que continua a ser uma das principais causas de morte infecciosa no mundo.”

Resistência

A tuberculose multirresistente é considerada uma crise de saúde pública. Em 2022, cerca de 410 mil pessoas desenvolveram o problema, caracterizado pela ineficácia dos medicamentos disponíveis, porém apenas duas em cada cinco tiveram acesso a tratamento. Segundo Ghebreyesus, os progressos no desenvolvimento de novos diagnósticos, medicamentos e vacinas continuam limitados pelo nível global de investimento nessas áreas.

“Os próximos cinco anos serão fundamentais para garantir que a dinâmica política que temos agora se traduza em ações concretas para alcançar as metas globais de tuberculose”, afirmou, na entrevista, Tereza Kasaeva, diretora do Programa Global de Tuberculose da OMS. “A OMS continuará a proporcionar liderança global na resposta à doença, trabalhando com todas as partes interessadas até alcançarmos e salvarmos todas as pessoas, famílias e comunidades afetadas por essa doença letal.”

 

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom