TCE
 A Federação de Futebol do Distrito Federal
decidiu bancar parte dos testes da covid-19 dos clubes que ainda não realizaram
o exame, e estuda concluir o Candangão em estádios de Goiás e/ou Minas Gerais
se o Governo do Distrito Federal não liberar a retomada do futebol com portões
fechados na capital do país. A entidade corre contra o tempo depois que a
Confederação Brasileira de Futebol divulgou o novo calendário de competições.
Representantes da capital no Brasileirão, Gama e Brasiliense têm compromissos
pela Série D, a quarta divisão, a partir de setembro.
 Dos oitos times classificados para as quartas
de final, três realizaram os exames por conta própria: Brasiliense, Capital e
Real Brasília. Os outros cinco terão direito a até 30 testes custeados pela
FFDF numa parceria com o Laboratório Central dos Exames de Brasília, com matriz
no Conic. Cada teste terá custo unitário de R$ 120. Como o pacote inclui até
150 avaliações (30 para cada um dos cinco clubes que não realizaram testes), o
investimento total pode chegar a R$ 18 mil por rodada de exame. A previsão é
que os diagnósticos sejam repetidos a cada 15 dias.
 A entidade apresentou projeto à Confederação
Brasileira de Futebol em busca de reforço financeiro, mas ainda aguarda
resposta. Luziânia e Taguatinga foram testados. O Gama volta ao batente nesta
segunda-feira e passará pelo procedimento à tarde. Sobradinho e Formosa são os
outros dois que serão submetidos à avaliação laboratorial.
 “Fizemos uma reunião há quase dois meses. O
governo cederia os testes, mas até então não cedeu. A FFDF se viu na situação
de custear para a gente finalizar o campeonato. Não podemos ficar sem uma
previsão de encerrar a competição. Temos que terminar antes da Série D do
Campeonato Brasileiro porque depois vai ser uma bola de neve. Fizemos uma
parceria pelo preço mais em conta”, argumenta o presidente da FFDF, Daniel
Vasconcelos.
 Os clubes do Candangão estão aborrecidos com a
abertura de diversos segmentos por parte do governo e a resistência para
liberar a retomada da competição com portões fechados. Recentemente,
cogitou-se, inclusive, um quadrangular na cidade entre Atlético-GO, Flamengo,
Goiás e Vasco
.    O evento foi
cancelado pelo Flamengo após a demissão do técnico Jorge Jesus
.
“Se o governo não liberar o decreto, nós vamos encerrar no entorno. Um jogo de
futebol que vai envolver no máximo 100 pessoas não pode ser problema. Os clubes
estão liberados para treinar desde 26 de junho”, lembra o mandatário da
federação. Fonte do GDF indica possibilidade de um novo decreto nesta semana.
Os clubes aguardavam a liberação na semana passada.
 “O governo
cederia os testes, mas até então não cedeu. A federação se viu na situação de
custear para a gente finalizar o campeonato. Temos que terminar antes da Série
D porque depois vai ser uma bola de neve. Fizemos parceria pelo preço mais em
conta. Se o governo não liberar o decreto, vamos encerrar (o Candangão) no
Entorno (Goiás e/ou Minas)”
Daniel Vasconcelos, presidente
da FFDF
 Farmacêutico bioquímico, Alexandre Bitencourt
é o responsável técnico do Laboratório Central dos Exames de Brasília pelos
testes nos clubes. “Nós fizemos um custo bem reduzido em parceria com a
federação para facilitar os testes dos atletas a cada 15 dias para que eles
voltem a jogar sem o coronavírus. Até agora, nós tivemos apenas um caso, o
atleta está em isolamento e apresenta boa recuperação”, aponta o profissional.
 Alexandre Bitencourt explica que uma unidade
móvel (ônibus) vai até o centro de treinamento dos clubes e coleta o sangue. O
atendimento é informatizado e usa técnica de quimiluminescência. De acordo com
ele, é tecnologia mais sensível para detectar anticorpos. Testando positivo, o
atleta também passa pelo exame do RT-PCR, amostra obtida por meio de swab
(cotonete) na mucosa nasofaringe (nariz e garganta).
 Os números mais recentes da civid-19 em
Brasília aponta 82.412 casos. Os hospitais do DF registraram 1.085 mortes,
sendo 987 óbitos de moradoras da capital e outras 98 vítimas oriundas de outras
unidades da Federação.
 Nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), a
situação teve uma ligeira melhora, com 79,69% dos leitos ocupados. Esse índice
estava em 82,08% no fim do sábado (18/7). Dos 660 leitos disponíveis para tratar
a doença, 506 estão ocupados, restando 129. Ouros 25 leitos estão bloqueados e
aguardam liberação. O motivo seria manutenção.
Foto: Divulgação