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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu na última terça-feira (14), Flávia Cristina Marçal, de 38 anos, acusada de maltratar a própria mãe, uma idosa de 69, em Taguatinga Sul. Após receber uma denúncia, os policiais flagraram a vítima abandonada dentro de casa. Segundo o registro de ocorrência, ela estava desnutrida, sem dentes e com várias feridas no corpo. Um dos machucados, nas costas, deixava o pulmão da mulher exposto, de tão profundo.

A denúncia partiu de um médico do Núcleo de Atendimento Domiciliar, do Hospital de Taguatinga (HRT). Durante uma das visitas, o profissional se deparou com as cenas deploráveis em que a senhora se encontrava e resolveu denunciar.

Em nota, a PCDF informou que a vítima encontrava-se em estado vegetativo e estava envolta apenas em um lençol, a idosa usava fraldas, que estavam sujas de fezes e urinas. Na cozinha, alimentos mantidos sem refrigeração, fora do prazo de validade, deixavam o ambiente com o odor insuportável.

Aos investigadores, a filha da idosa assumiu que usava os R$ 3,9 mil da aposentadoria da mãe para benefício próprio. Ela justificou que a vítima se alimentava por meio de sonda e, por isso, não tinha gastos pessoais. Ela pagou fiança de R$ 2,5 mil e acabou sendo liberada.

A idosa, que é servidora aposentada da Secretaria de Educação, vinha sofrendo com o agravamento de sua saúde devido a um acidente automobilístico ocorrido 20 anos atrás. Há uma década, a vítima se encontra em estado vegetativo e recebe cuidados da filha única.

Em depoimento a filha contou que “cuida” da mãe desde que tinha 18 anos de idade. Nunca trabalhou e diz ter trancado a faculdade para ficar com a idosa. Com o dinheiro da aposentadoria da vítima, ela comprava roupas, comida e, recentemente, adquiriu um celular de última geração. Segundo as autoridades a suspeita chegou a juntar R$ 6 mil na poupança, mas a conta estava com apenas R$ 50 no dia em que foi detida.

Após ser resgatada, a idosa foi levada para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde está entubada e espera por cirurgia. O caso foi comunicado ao Ministério Público, que definirá o destino da vítima, caso receba alta. Na hipótese de falecimento, a filha poderá responder por outros crimes.