TCE
Clube lastima adeus ao técnico que conquistou cinco títulos em um ano e um mês. Já busca substituto: Pocchetino, Emery, Jardim ou Ramírez
Rodolfo Landim queria fazer de tudo.
Aumento, mais reforços, mansão para família. Mas não teve chance.
Jorge Jesus definiu sua ida para o Benfica, deu sua palavra ao presidente Luís Felipe Viera. Aceitou a proposta de três anos, com a possibilidade de um quarto, com o Benfica.
O Flamengo perdeu o treinador campeão da Libertadores, do Brasil, da Recopa Sul-Americana, da Supercopa do Brasil, carioca.
Ganhou mais títulos do que teve derrotas, cinco contra quatro.
Os números foram impressionantes.
57 jogos, 43 vitórias, 10 empates, 4 derrotas.
129 gols marcados e 47 gols sofridos.
Jesus fez valer o desejo de sua família.
Sua preocupação extrema com o covid-19.
Ele completará 66 anos daqui uma semana.
O Benfica terá apenas de pagar uma multa de 1 milhão de euros, cerca de R$ 6 milhões para levar o treinador.
Jesus levará toda sua Comissão Técnica, inclusive o auxiliar João de Deus, que era um dos candidatos a assumir o lugar de Jesus no Flamengo.
E o treinador português também quer levar para Lisboa o médico Márcio Tannure.
O impacto foi enorme com a confirmação da saída de Jesus, no começo da tarde.
Mas Landim e o vice de futebol, Marcos Braz já trabalhavam na busca de um substituto.
Na lista estudada, uma decisão.
A de que o novo treinador precisa ter a envergadura, o respeito de Jorge Jesus.
Alguém que os jogadores respeitem, enxergem como líder, como currículo respeitável.
A princípio, os nomes são estrangeiros.
Marcelo Gallardo, do River Plate, tinha muitos defensores na Gávea. Mas seu empresário Juan Luis Berros cortou as especulações pela raiz. Não sai do River.
A partir daí, não há consenso.
O argentino Mauricio Pochetino, o português Marco Silva, o venezuelano/português Leonardo Jardim, e os espanhóis Miguel Ángel Ramírez são muito comentados como substitutos.
A determinação da diretoria é anunciar o novo técnico o mais rápido possível, antes de começar o Brasileiro, dia 8 de agosto.
A decepção dos jogadores foi enorme, com a saída de Jorge Jesus.
Na verdade, eles já sentiram que algo iria acontecer antes da final da Taça Rio. O treinador havia mudado sua maneira de agir.
Estava mais calado, tenso, menos vibrante, alegre.
Ele sentia que teria de abrir mão do trabalho excepcional.
O melhor de toda sua carreira.
Jamais teve tamanha comunhão com elenco e torcida.
Ele volta para o Benfica onde foi tricampeão português, nas temporadas 2009–10, 2013–14, 2014–15.
Jesus indicou ao clube português dois jogadores do Flamengo.
Bruno Henrique e Gerson.
A diretoria rubro-negra não está disposta a vender os atletas.
Só lamenta a perda de um dos maiores técnicos de sua história.
Todo o planejamento de hegemonia na América do Sul, no Brasil, que havia sido anunciado por Jorge Jesus tentará ser seguido pelo clube.
A começar por manter o elenco.
E tentar o entrosamento com o novo 
treinador o mais rápido possível.
Daí a pressa pelo substituto.
Antes, algumas lágrimas sentidas na Gávea…