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Segundo ministro, objetivo dos leilões é a promoção de investimentos

 O
ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que, por serem de
longo prazo, os investimentos em infraestrutura continuam interessantes mesmo
em cenários de pandemia. Assim sendo, disse o ministro, o programa de concessão
não parará por causa da pandemia, ainda que algumas delas, previstas para o
segundo semestre, tenham de ser prorrogadas para o ano que vem.
 As declarações foram feitas hoje (4), durante
seminário online promovido
pelo jornal O Estado de S.Paulo.
 “O investidor pensa a longo prazo, para daqui
a 30 ou 40 anos, muito lá na frente. E o mercado brasileiro é um mercado com
potencial. A questão da pandemia é grave, mas vai passar. Uma hora vai ter um
tratamento ou vacina”, disse o ministro referindo-se à infraestrutura como um
todo mas, em especial, ao setor aeroportuário que, segundo ele, está entre os
mais prejudicados pelas medidas de contenção do novo coronavírus (covid-19).
 Também participando do seminário, a secretária
nacional de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura,
Natalia Marcassa, destacou várias características do mercado brasileiro,
interessantes ao investidor estrangeiro.
 Perguntada sobre se o atual momento de crise
política não afastaria esse interesse, ela disse que o Brasil tem um portfólio
“super atraente do ponto de vista do retorno do capital, além de taxas muito
atrativas, se comparadas ao restante do mundo”.
 “São empreendimentos de longo prazo, inserido
em um contexto de escala no país. Temos demanda, deficit de infraestrutura e
escala. E o mais importante: temos um modelo sofisticado e com alto retorno. No
final das contas, essa é a conta que investidor faz”, disse. “O que importa em
relação a projeto é a nossa jurisprudência passada. E o Brasil tem segurança
jurídica em relação a contratos”, acrescentou.

 Foco
em investimentos

 Freitas lembrou que a maioria dos leilões está
prevista para o segundo semestre, quando a curva pandêmica provavelmente estará
descendente. Segundo ele, o objetivo do governo, com o plano de concessões, não
é arrecadatório, mas de estímulo a investimentos.
 “Perceba que, sempre que falamos do nosso
plano de concessão, falamos da geração de R$ 240 bilhões em investimentos. Não
falamos de outorga. Nossa preocupação não é a arrecadação. É a geração de
investimento; é a prestação de serviço para o usuário; é o usuário ter uma
experiência diferente; de ter um melhor serviço prestado. É a geração de
empregos; é transformar a infraestrutura. Isso é muito mais importante do que
pensar em outorga”, argumentou.
 Segundo ele, os investimentos a serem feitos
pelas concessionárias está projetado “na largada”. “A gente já sabe o que fazer
em função da curva de demanda e com os gatilhos. Ou seja, se a demanda aumentar
mais rápido, dispara o gatilho e o investimento também é trazido para a frente.
Essa é a inteligência do modelo”, completou.

 Setor
aeroportuário

 Sobre os efeitos da pandemia no setor
aeroportuário, Freitas disse que governo e setor já trabalham para se adaptarem
à nova situação. “Vamos trabalhar agora para tentar mudar a experiência do
consumidor no voo. A ideia é que a gente venha com protocolos no pré voo, no
voo e no pós voo, para melhorar a percepção de segurança e fazer com que haja
uma recuperação das viagens”.
 “Inclusive já começou a crescer um movimento
de compra de pacotes de turismo para o final do ano. A gente percebe que as
pessoas aos poucos vão retomar a confiança, e obviamente o investidor já
percebeu isso”, disse Freitas.
  De acordo com o ministro, a carteira de obras
em andamento tem sido mantida pela pasta. 
 “O ministério produziu praticamente
R$ 3 bilhões em obras de janeiro a maio. Fizemos 23 entregas de obras parciais,
algumas delas muito relevantes do ponto de vista rodoviário, e fechamos os
estudos para 22 aeroportos [públicos que passarão para a iniciativa privada].
Estamos na iminência de mandar isso para o Tribunal de Contas da União”.
Foto: Marcello Casal Jr.