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Medida amplia crédito e desburocratiza transações rurais

 O governo apresentou nesta
segunda-feira (1º) uma Medida Provisória (MP) com uma série de medidas
ligadas ao crédito e financiamento de dívidas de produtores rurais. As
iniciativas envolvem a ampliação do volume de créditos disponíveis para o agronegócio;
facilitar os financiamentos por meio de um fundo solidário para a renegociação
de dívidas e para construção de armazéns. Só com o fundo, a expectativa do
governo é que haja um aporte inicial de R$ 5 bilhões.
 De acordo com o secretário de Fazenda do Ministério
da Economia, Waldery Rodrigues, a intenção do governo é expandir o
financiamento por meio do mercado de capitais. Com a MP, o governo quer que
outros agentes financeiros, além dos bancos, também possam financiar a
produção. “Isso é um banho de financiamento”, disse Rodrigues durante coletiva.
 Entre as medidas, a MP cria o chamado Fundo de
Aval Fraterno (FAF) que permitirá aos produtores obter garantia solidária para
renegociar eventuais dívidas de operações de crédito rural. Segundo o governo,
a iniciativa visa reduzir a inadimplência por meio de uma espécie de credito,
no qual a responsabilidade pelo pagamento é dividida entre os integrantes do
fundo.
 Esse fundo pode ser criado com a participação
de dois a dez produtores. Cada produtor pode entrar com até 4% do financiamento
total solicitado. Também podem participar credores e até instituições
financeiras. A ideia é que o fundo sirva de garantia subsidiária para o
pagamento da dívida, ou seja, depois que  as garantias reais ou pessoais
do devedor sejam acionadas.
 Segundo o governo, a medida ajudaria a reduzir
as taxas de juros dos empréstimos, uma vez que haveria certeza de pagamento no
caso de inadimplência.
 “Se participamos do mesmo FAF e você deixa de
pagar, o fundo comum fica comprometido.
 A ideia é que é mais difícil você ficar
inadimplente com o seu vizinho do que com o banco”, disse o subsecretário de
Política Agrícola e Meio Ambiente da Secretaria de Política Econômica do
Ministério da Economia, Rogério Boueri. “Temos a convicção de que os bancos vão
olhar esses produtores com outros olhos”, acrescentou.
 Outra medida que visa reduzir o custo dos
empréstimos é voltada para grandes proprietários de terra  e prevê que o
produtor possa oferecer como garantia uma ou várias partes do imóvel. A
proposta é reduzir a burocracia para realizar a operação.
 “Se o produtor tem uma propriedade de R$ 10
milhões e quer dar a propriedade como garantia em um financiamento de R$ 500
mil, ele trava a propriedade. O que estamos propondo é que o produtor possa
repartir essa propriedade”, disse Boueri.

 Crédito

 A MP também permite a utilização de diversos
títulos agrícolas para expandir o financiamento do agronegócio. A ideia é
buscar o dinheiro no mercado de capitais, usando entre outros títulos como a
Cédula de Produto Rural (CPR).
 Outro ponto é a subvenção (uma forma de
ajuda) econômica para que empresas que produzem cereais possam financiar obras,
adquirir máquinas e equipamentos necessários à construção de armazéns e a
expandir a capacidade de armazenagem de grãos.
 A MP foi anunciada pelo governo durante o
lançamento de um plano para impulsionar o desenvolvimento rural na região
Nordeste. Batizado de AgroNordeste, o programa pode ser implementado ainda este
ano ou até o fim do ano que vem em 12 territórios da região que contemplam os
nove estados nordestinos mais o norte de Minas Gerais. Ao todo, deve atender a
uma população rural de 1,7 milhão de pessoas.
Fonte:  Agencia Brasil
Foto:  Valter Campanato