TCE
Ministro atuará,
também, para refazer fios esgarçados pelo Executivo. Propôs ”armistício
patriótico”, falou da importância da imprensa e da expansão da rede de
internet pelo 5G
 A posse de
Fábio Faria no Ministério das Comunicações serviu para mostrar o perfil
conciliador do novo titular da pasta. Em uma cerimônia prestigiada, ressaltou a
necessidade de pacificar o país –– no mesmo dia em que o presidente Jair
Bolsonaro voltou a fazer insinuações contra o Supremo Tribunal Federal (STF),
devido ao cerco a um grupo de apoiadores. O ministro fez acenos à imprensa, à
China (que detém a tecnologia da internet 5G) e propôs distensionamento na
relação do Executivo com Legislativo e, sobretudo, Judiciário.
 “O grave momento exige de nós postura de
compreensão, de abertura ao diálogo. É tempo de levantarmos a guarda contra o
novo coronavírus. Também é tempo de um armistício patriótico e deixarmos a
arena eleitoral para 2022. É preciso, sobretudo, respeito. Que deixemos as
diferenças político-ideológicas de lado para enfrentarmos o inimigo invisível
comum que, lamentavelmente, tirou a vida de muita gente e tem gerado danos
incalculáveis à economia”, exortou Faria.
 Escolha pessoal de Bolsonaro, o novo ministro
está no quarto mandato consecutivo como deputado federal e deve ser um
interlocutor do governo com os demais Poderes, cujos representantes se fizeram
presentes na cerimônia de posse. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), chamado de “amigo” por Faria, foi à solenidade –– o do Senado,
Davi Alcolumbre (DEM-AP) justificou sua ausência por um imprevisto no caminho
para o Palácio. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias
Toffoli, e o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João
Otávio de Noronha, representaram o Judiciário. Além de integrantes do primeiro
escalão do governo, parlamentares e políticos, participaram representantes das
empresas de comunicação.
 Faria destacou que será prioridade em sua
gestão fazer o processo de inclusão digital andar a passos largos. “Ainda há
uma grande parcela da população sem acesso à internet, milhões de crianças que
não conseguem assistir às aulas on-line e adultos que não têm como trabalhar
remotamente”, observou. O ministro sinalizou que isso só será possível com a
implementação da infraestrutura para a tecnologia 5G, dominada pela Huawei, da
China –– país que recebeu comentários desrespeitosos do ministro da Educação,
Abrahan Weintraub.
 A imprensa continua entre as prioridades do
governo, segundo Faria. “O dinamismo dos canais de TV fechada, a força e
abrangência da TV aberta, para levar informação e entretenimento a todo o
território nacional, são verticais importantes de política pública. Assim como
o rádio, veículo poderoso, aliado nas grandes cidades e amigo próximo das
comunidades mais isoladas, e os jornais, que tanto ajudam a aprofundar as
reflexões da sociedade, somados à internet, formam símbolo e palco da liberdade
de expressão”, disse.
Foto: Sergio Lima