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A Embrapa Maués está finalizando um protótipo de secador do fruto do guaraná pelo menos 30 vezes mais eficiente que o método tradicional, que utiliza os mesmos tachos usados na produção de farinha. O Governo do Amazonas está interessado em apoiar a mecanização da atividade no município, conhecido como Terra do Guaraná e distante 641 quilômetros da capital, o que promete revolucionar a economia gerada pelo produto, ainda muito aquém do seu potencial no mercado internacional.

O guaraná produz um teor de cafeína elevado, de 2% a 5%, contra 1% a 2% do café. Por conta disso, é crescente a demanda internacional pelo fruto, que é nativo na Amazônia. No entanto, pelo fato da produção ainda ser manual, e 60% do custo da produção do guaraná estar na colheita e no processamento dos frutos, a oferta de guaraná no Amazonas ainda é tímida. A safra em Maués neste ano deve chegar a 450 toneladas.

O vice-governador e secretário-chefe da Casa Civil, Carlos Almeida, conheceu neste sábado (30/11) o equipamento semiautomatizado, que dispensa a manuseio exaustivo do método atual de secar os frutos do guaraná. “O governador Wilson Lima já demonstrou diversas vezes a sua preocupação com o desenvolvimento social e econômico do interior, e a mecanização, aliada ao emprego do conhecimento científico, fazem toda diferença para o alcance de uma produção mais eficiente”, destaca.

Enquanto um produtor consegue secar de 20 a 30 quilos de frutos de guaraná em oito horas, no equipamento desenvolvido pela Embrapa, uma espécie de tambor giratório, em quatro horas é possível secar 600 quilos. “Esse ganho produtivo é fantástico. Pode ser usado por agricultores isoladamente, com modelos de secadores menores, mais baratos, mas também por cooperativas, o que barateia ainda mais a instalação, que o Estado tem todo interesse de apoiar”, destaca o secretário de Produção Rural, Petrucio Magalhães.

O supervisor da Embrapa em Maués, José Ribamar Cavalcante, explica que a instituição está desenvolvendo o equipamento ao longo deste ano e que o modelo deverá custar em torno de R$ 35 mil a R$ 40 mil, na versão com capacidade para secar 600 quilos em oitos horas. O secador funciona com eletricidade, que gira o tambor em velocidade constante, e o calor é gerado por queima de lenha, que pode ser restos de madeira, galhos, troncos caídos na natureza.

Durante a visita ao campo experimental da Embrapa – a safra vai de outubro até dezembro -, o prefeito de Maués, Júnior Leite, destacou, ao vice-governador, a importância em fomentar o cultivo, por ser uma alternativa de emprego e renda. “A primeira etapa do Maués Produz, um programa desenvolvido pelo Estado e pela Prefeitura, foi um sucesso. Na segunda, queremos ampliar os resultados, inclusive com o plantio de guaraná consorciado com outras espécies, com a seringueira e o pau-rosa”, destacou o prefeito.

Feiras do Produtor – Já está funcionando em Maués a mais nova Feira do Produtor com infraestrutura financiada pela Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), da Secretaria de Produção Rural (Sepror). No município, os produtores vendiam os produtos na rua, sob sol e chuva, já que o Mercado Municipal não comportava mais todos os produtores.

Na visita do vice-governador à Feira neste sábado (30/11), o presidente da ADS, Flávio Antony, informou que foram investidos R$ 80 mil na aquisição de quatro grandes tendas, mesas, cadeiras, local para o acondicionamento dos produtos e ainda expositores para pescado. “Essa (de Maués) é a 21ª feira que implantamos no interior do estado. Em Manaus, são outras nove. No total, o investimento já chega a R$ 21 milhões”, informa.

FOTOS: Bruno Zanardo/Secom