TCE

O banqueiro Joseph Safra morreu nesta quinta-feira (10), aos 82 anos. Sem fazer barulho, ele construiu um império bancário com presença em 25 países e mais de R$ 1 trilhão sob gestão. O ranking mais recente da revista Forbes apresenta Safra com um patrimônio de US$ 23,2 bilhões. Estava no topo da lista como homem mais rico do Brasil e como 63º do mundo. O sepultamento ocorreu nesta quinta-feira (10), às 13h, no cemitério Butantã, na zona oeste de São Paulo, para parentes e amigos próximos.
Com mal de Parkinson, mesma doença que acometeu dois de seus irmãos, ele passou os últimos anos na Suíça, ao lado da mulher Vicky, com quem teve quatro filhos. Apesar de debilitado, ainda se mantinha presente no dia a dia dos negócios.

Por décadas, foi Joseph, conhecido entre os funcionários por “seu José”, que comandou o banco fundado por seu pai em 1955. Sempre foi o mais conservador dos irmãos – um concorrente já o definiu ao Financial Times como um banqueiro que só empresta para quem não precisa de dinheiro. Ele era mesmo um dos preferidos dos milionários.

A cultura que Joseph impôs nos negócios da família imprimiu na marca Safra uma imagem de solidez e de que o banco é blindado a crises. Ao mesmo tempo, também fez com que o grupo demorasse mais do que os concorrentes para se ajustar às inovações do mercado. Enquanto fazia negócios mundo afora, Joseph Safra também se dedicou à filantropia. Foi um dos maiores doadores dos hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês, em São Paulo. À Pinacoteca, ele doou esculturas de Rodin e ao Museu de Israel, em Jerusalém, o manuscrito original da Teoria da Relatividade de Albert Einstein. Durante a pandemia da covid-19, o banco doou cerca de R$ 40 milhões para hospitais e Santas Casas.