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O dia 1º de outubro foi instituído em 2006 como Dia do Idoso, após a criação naquele mesmo ano da Lei nº 11.433, de 28 de dezembro, que instituiu o Estatuto do Idoso. E para comemorar a data, que anteriormente era celebrada no dia 27 de setembro, idosos que participam de atividades físicas e esportivas oferecidas pela Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel) no Centro Estadual de Convivência do Idoso (Ceci), no bairro Aparecida, zona sul de Manaus, contam como as aulas são importantes para encarar essa fase da vida e as dificuldades que surgem com o envelhecimento.



Aos 68 anos, o aposentado Aldo Rezende contou que começou a frequentar o Centro após a morte de sua esposa, há mais de dez anos e que, desde lá, tem tido cada vez mais vontade de continuar vivendo e aproveitar a vida.

“Em janeiro de 2008, minha esposa faleceu. Fiquei extremamente triste e alguns amigos do meu bairro disseram para eu fazer atividades, porque seria muito bom para mim. Mesmo relutante, criei coragem e fui fazer a minha inscrição, após um belo ‘empurrão’ de uma amiga, a dona Graça. Desde então, 11 anos se passaram e no Centro pude conhecer novas pessoas, fazer amigos, melhorar minha qualidade de vida”, afirmou.

Aldo falou ainda sobre os benefícios que as atividades do Centro lhe trouxeram. Segundo ele, antes de frequentar o Ceci Aparecida, passava o dia inteiro em casa, sem ânimo, uma situação completamente hoje em dia.

“Faço funcional e hidro às terças e quintas e algumas vezes venho para as Sextas Dançantes jogar dominó com os amigos. Quando não estou aqui, faço caminhada na Ponte Rio Negro. Hoje me sinto muito bem e muito mais feliz”, ressaltou.

Vida nova – Haideé Petilho tem 76 anos e em 2009 entrou em depressão profunda após perder um dos quatro filhos. Após uma consulta, a médica indicou o Centro de Convivência da Aparecida e desde então o local tem sido uma válvula de escape.

“Meu filho faleceu aos 18 anos e eu entrei em depressão, não queria mais sair de casa, não falava, não sorria mais e minha vida era chorar. Quando entrei aqui, eu não brincava, eu não achava graça, nada. Depois fui me acostumando e, hoje em dia, estar no Centro é a minha segunda casa”.

Há 10 anos frequentando o Centro, ela contou que a adaptação foi difícil, mas que aos poucos foi mudando os pensamentos e a vontade de viver foi aumentando. “Meu filho se foi muito jovem e a saudade é eterna. Quando ele morreu, eu disse que a minha vida tinha acabado, mas hoje vejo de outras maneiras porque eu tenho outros filhos e eles precisam de mim. Quando eu estou para baixo, eu corro para cá”, destacou.

Haideé, que já praticou dança de salão, dança coreográfica, yoga e agora faz funcional, faz questão de destacar o carinho e cuidado com que os profissionais tratam os frequentadores do local, sempre oferecendo acolhimento e atenção aos idosos.  

Apoio familiar – Após passar por um trauma na família, Aristela Hounsell, 57 anos, já não tinha mais vontade de viver. Triste e sem ânimo, ela acreditava que estava dando trabalho para as pessoas e precisava por fim a isso.

“Meu filho Jaime viu minha situação e tentava de todas as formas me alegrar, me aconselhar, mas eu já não tinha forças para viver. Eu acreditava que eu era um peso na vida da minha família. Foi então que ele tentou me matricular nas aulas do Centro de Convivência da Aparecida e, como eu sabia que lá tinha uma ponte próxima, eu vi uma oportunidade de por fim à minha vida”, conta.

Quando começou a frequentar o Centro, Aristela contou que achava tudo chato, sem graça e a vontade de cometer suicídio ficava cada vez mais latente. Por várias vezes, enquanto esperava pelo filho que ia buscá-la, ela pensou em cometer o ato, situação que foi mudando com o passar do tempo e a frequência com que ia ao local.

“A partir do momento que eu comecei a ser ouvida, também me abri para ouvir o que as pessoas tinham a me dizer. No Centro, eu pude conhecer gente, fazer amizades e fui melhorando pouco a pouco. Graças a Deus esse lugar me transformou e eu encontrei a paz e a tranquilidade que eu estava procurando”, afirmou Aristela, que além de encontrar emocionalmente no Ceci, também percebeu que as atividades físicas trouxeram vários benefícios à sua saúde.

Funcionamento do Ceci – Em comemoração ao Dia Internacional do Idoso, a Sejel preparou uma programação especial com atividades físicas e esportivas, para comemorar a Semana do Idoso, no Ceci Aparecida, que oferece regularmente atividades como aula de funcional, hidroginástica, Pilates, caminhada orientada, ginástica, alongamento e fisioterapia. Além disso, são disponibilizados ainda dominó e sinuca.

A ação, que teve início na segunda-feira (30/09), com um “Aulão” de Pilates promovido em parceria com a Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI), movimentou o Centro de Convivência. De acordo com a coordenadora da Sejel no Centro, Adriana Urtiga, tudo foi pensado para que os idosos possam aproveitar e se divertir ao máximo.

Ela também explicou como vão funcionar as atividades. “Na próxima quarta (02/10) e quinta-feira (03/10) faremos a Gincana do Idoso, para que eles possam ser estimulados cada vez mais a pensar, sociabilizar e vivenciar cada experiência. Tenho certeza que será bem proveitoso”, afirmou.

Qualidade de vida – Para o secretário da Sejel, Caio André de Oliveira, as atividades esportivas e recreativas são uma forma excelente de motivar e melhorar a qualidade de vida dos idosos. “Acredito que as atividades da Semana do Idoso serão muito bem aproveitadas por essas pessoas que estão na melhor idade. Será uma oportunidade de fazê-los passar por uma experiência divertida, em grupo, e que vai ser de grande valia para eles, tenho certeza”, ressaltou.

FOTOS: MAURO NETO/SEJEL E DIVULGAÇÃ