TCE

Maira Gomes Godinho, 21 anos, mora na comunidade Tatuyo e hoje foi destaque do jornal Washington Post. Ela tem 6 milhões de seguidores no TikTok. Usa o apelido Cunhaporanga, que quer dizer “a índia mais linda da tribo”.

Cunhaporanga é o oposto da imagem cultivada por militantes que querem ver os índios brasileiros isolados e parados no tempo. Ela tem curso médio e não vê o menor problema em usar celular: “Eu sou indígena, o celular que eu tenho, comprei com meu dinheiro. Com a venda do meu artesanato”, declarou ao jornal A Crítica. “Os indígenas têm todo o direito de adquirir novos conhecimentos através de novas tecnologias, e ter curiosidade de aprender mais. Não é por estar usando celular e roupas que vamos deixar nossos costumes e culturas de lado”.

A índia do TikTok só reclama do preço que paga para ter acesso à internet dentro da comunidade. Ela se considera “totalmente brasileira” e não vê problema em considerar a comunidade Tatuyo como um ponto turístico: “Cada família produz seu artesanato, vende e guarda seu dinheiro e aí quando precisar de alguma coisa é só ir na cidade e comprar”. Está difícil pagar a conta mensal de internet, que passa dos 300 reais. Seu pai, chefe da tribo, está pensando em cancelar o serviço. E Cunhaporanga ainda não sabe direito como monetizar sua fama.