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Instituto Mamirauá participa do 2º Encontro de Tecnologias Sociais da Amazônia com destaque para soluções sustentáveis e participativas

Instituto compartilha experiências de tecnologias sociais desenvolvidas com comunidades amazônicas em evento que reúne academia, governo e sociedade civil

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá marca presença no 2º Encontro de Tecnologias Sociais da Amazônia (ETS-Amazônia), que acontece de 24 a 27 de junho no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus. A participação reforça o compromisso do instituto com a construção de soluções social e ambientalmente adequadas para os desafios da região amazônica.

Realizado por uma ampla rede de instituições científicas, organizações da sociedade civil e articulado nacionalmente pela Associação Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social (Abepets), o evento se consolida como um dos principais fóruns regionais voltados ao debate e disseminação de tecnologias sociais aplicadas à realidade amazônica.

Em 2025, todas as regiões do país estão promovendo seus encontros regionais, mas foi a Amazônia a pioneira, ao sediar o primeiro ETS em 2023, com mais de 500 participantes. Neste ano, o encontro já conta com 179 inscritos, 72 trabalhos técnicos e científicos e mais de 60 palestrantes e coordenadores de mesa confirmados.

Programação diversa e presença de destaque

Com programação diversa, o 2º ETS-Amazônia inclui mesas temáticas, sessões técnicas, oficinas e visitas de campo, reunindo representantes da academia, do poder público e de movimentos sociais. Entre os destaques estão nomes como Renato Dagnino (UNICAMP), Felipe Addor (UFRJ/ABEPETS), Sônia da Costa (MCTI), Luciana Bagno (Fundação BB), Joaquim Belo (CNS/COP30), entre outros.

Entre as atividades abertas ao público, destacam-se a Mostra de Tecnologia Social da Amazônia, que ocorre de 25 a 27 de junho, das 9h às 17h, no Centro de Convivência do INPA, e a Feira de Economia Popular e Solidária, também de 25 a 27 de junho, das 10h às 16h. Essas ações visam fomentar o intercâmbio de experiências, produtos e saberes entre diferentes atores sociais da região.

A diretora de Manejo e Desenvolvimento do Instituto Mamirauá, Dávila Corrêa, ressalta a importância da participação da instituição no evento:

“O Instituto Mamirauá, com uma comitiva de 10 pessoas vinda de Tefé (AM), está participando em todos os diferentes espaços do 2º Encontro de Tecnologia Social da Amazônia. Desde a mostra de tecnologia social com gestão compartilhada de recursos pesqueiros e iniciativas de saneamento desenvolvidas pelas próprias comunidades, até em mesas que vão tratar de mudanças climáticas, resiliência e políticas públicas. Nosso foco é sempre promover soluções construídas com as comunidades e que reconhecem os modos de vida amazônicos”, afirma Corrêa.

Tecnologias sociais como eixo central

As tecnologias sociais — processos, produtos e metodologias construídos junto às comunidades para atender demandas reais — são parte central da atuação do Instituto Mamirauá desde sua fundação. Um exemplo notório é o trabalho de base comunitária em saneamento, inspirado em experiências como o Programa Cisternas do governo federal. Por meio do desenvolvimento de soluções para acesso à água e manejo de recursos naturais, o Instituto busca garantir qualidade de vida e sustentabilidade para populações ribeirinhas no Médio Solimões (AM).

Essa abordagem participativa também está representada na presença de lideranças comunitárias no ETS-Amazônia. Pedro Canízio Oliveira, manejador da comunidade de Santo Estevão e presidente da Federação dos Manejadores e Manejadoras de Pirarucu da Reserva Mamirauá, destaca a importância do evento:

“Acho que é importante para dar visibilidade, principalmente à classe manejadora. O que eu estou levando de tecnologia social é um material que as mulheres manejadoras usam para fazer a evisceração do pirarucu”, explica Canízio, evidenciando o protagonismo local na construção de soluções adaptadas ao território.

Diálogo com povos indígenas e oficinas práticas

Além disso, o Instituto promove a valorização do conhecimento tradicional e fortalece o diálogo com povos indígenas da região. David Ramos Medeiros, jovem do povo Kambeba e representante do movimento “Juventude Indígena de Tefé”, também participa do encontro representando seu coletivo:

“Representamos mais de 15 aldeias indígenas da região. Vamos estar falando da importância dos povos indígenas dentro desse movimento que hoje envolve tecnologia e inovação em nossos territórios”, afirma Deivid.

O ETS-Amazônia também traz novidades este ano, como a I Mostra de Tecnologia Social da Amazônia, com uma programação intensa no Centro de Convivência do INPA. Oficinas como “Como se inscrever para o Laboratório de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil” e “Proteção Territorial e Sistemas de Monitoramento” prometem atrair interessados em iniciativas práticas e replicáveis.

As inscrições ainda estão abertas, e qualquer pessoa interessada pode participar acessando https://www.even3.com.br/2_etsa/. A programação completa está disponível no site do evento.

Ciência para transformação social

Com sua contribuição no ETS-Amazônia, o Instituto Mamirauá reforça seu papel estratégico no desenvolvimento sustentável da Amazônia, trabalhando por uma ciência comprometida com a transformação social e a valorização das comunidades amazônicas.

Sobre o Instituto Mamirauá

O Instituto Mamirauá é uma unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que atua no desenvolvimento de pesquisas e ações voltadas à conservação da biodiversidade e à melhoria da qualidade de vida das populações amazônicas.

Fonte: Instituto Mamiraua

Foto: Divulgação

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