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Relaxamento das regras será cauteloso e calculado, diz premiê

 A Itália deve começar a afrouxar o isolamento
do coronavírus em 4 de maio, mas o relaxamento, ansiosamente aguardado, será
cauteloso e calculado, disse o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, hoje (21).
 O país é um dos mais duramente atingidos pela
pandemia de covid-19 – mais de 24,1 mil pessoas já morreram desde que o
contágio emergiu, em fevereiro.
 Para conter a disseminação, o governo
adotou restrições abrangentes em março, orientando os italianos a ficarem em
casa e fechando escolas, negócios e indústrias de toda a nação.
 As restrições custam muito à terceira maior
economia da zona do euro, mas como o número de casos novos está diminuindo
gradualmente, Conte disse que até o final de semana apresentará os planos do
governo para amenizar o confinamento.
 “Gostaria de poder dizer ‘vamos reabrir
tudo. Imediatamente. Começamos amanhã de manhã’… mas tal decisão seria
irresponsável”, escreveu o premiê no Facebook.
 Ele prometeu “um plano sério,
científico” que incluirá uma “reavaliação dos meios de
transporte” para permitir que os trabalhadores viajem em segurança, novas
regras comerciais e medidas para verificar se o afrouxamento está causando um
aumento de infecções.
 “É sensato acreditar que o adotaremos a
partir de 4 de maio”, disse, acrescentando que uma estratégia de saída
precipitada e desorganizada faria pouco caso dos sacrifícios que os italianos
aceitaram.
 Conte evitou dar detalhes específicos
sobre quais negócios terão permissão de reabrir primeiro ou quais limites podem
ser mantidos à circulação no país.
 Nações de todo o mundo estão cogitando ou
adotando medidas para amenizar isolamentos, mas a Organização Mundial da
Saúde (OMS) alerta que isso deve ser feito lentamente e somente quando
houver capacidade de isolar casos e rastrear contatos.

 Economia italiana

 Líderes empresariais da Itália vêm pedindo um
relaxamento das restrições, que estão entre as mais rigorosas do mundo, e
alertando para a catástrofe econômica caso o isolamento perdure.
 O Tesouro italiano acredita que a economia se
contrairá cerca de 8% neste ano, o que criaria a pior recessão do país desde a
Segunda Guerra Mundial.
 Falando ao Parlamento hoje (21), Conte
prometeu, até o final do mês, medidas adicionais de ao menos 50 bilhões de
euros para mitigar o impacto. Elas se somarão a um pacote de 25 bilhões de
euros aprovado no mês passado.
Foto: Manuel Silvestri