TCE
A diretoria deseja o retorno imediato, para expor os patrocinadores. Mas quarentena no Rio e falta de perspectiva de jogos são grandes adversários
Medo.
Esse é o sentimento que domina os jogadores e a Comissão Técnica do Flamengo. 
38 pessoas infectadas com o coronavírus, entre parentes, atletas, funcionários do clube. Em um universo de 293 testes.
Ou seja, 13% na semana passada estavam contaminados. Entre eles, Três são jogadores, que não tiveram seus nomes revelados.
O resultado do exame na semana passada teve o efeito contrário do que esperava o presidente Rodolfo Landim.
Em vez de passar confiança, despertou tensão na Gávea.
Veio se juntar ao clima de profunda tristeza pela morte do massagista Jorginho.
A direção do clube questiona se deve manter os treinos no Ninho do Urubu, já que a cidade a partir de hoje tem bloqueios em 11 bairros.
Já foram confirmadas 1.770 mortes. Com mais de 12 mil infectados.
O governador Wilson Witzel extendeu a quarentena até 31 de maio. Mas, com a curva ascendente da doença, ela deverá ser prorrogada para junho.
Não há a menor perspectiva de volta do futebol.
As direções de Botafogo e Fluminense avisaram oficialmente que não colocarão seus times em campo enquanto houver risco, por conta do coronavírus.
Assim como o Grêmio e o Internacional, a cúpula do Flamengo quer a volta pelo menos dos treinos. Para expor as marcas dos seus patrocinadores, nos vídeos e fotos que deixará à disposição da imprensa.
O clube tem até dois pareceres jurídicos que poderiam ser discutidos judicialmente e permitir a volta dos treinos, apesar da decretação da quarentena.
O técnico Jorge Jesus evita entrar em polêmica.
Diz que acatará a decisão de Landim. Porém,  Jesus fará 66 anos em julho e 
pertence, pela idade avançada, ao grupo de risco da doença.Sua presença não é recomendada no Ninho do Urubu.
O presidente Rodolfo Landim, o vice Rodrigo Dunshee e Luiz Eduardo Baptista, vice de relações externas, são os mais inconformados com a paralisação. Mas há uma forte ala moderada na diretoria flamenguista que prefere não expor jogadores e funcionários aos treinos sem a previsão de jogos.
Os atletas não querem confronto com os dirigentes. Os três jogadores infectados pelo coronavírus, que estariam assintomáticos, seguem em isolamento total.
A revista Veja publicou que um deles seria Rodrigo Caio. O jogador negou, em nota oficial. 
Novos testes para detectar coronavírus estavam planejados para ontem. Foram adiados enquanto houver o impasse em relação aos treinos. A Ferj liberou, mas o governo do Rio de Janeiro tem impedido a volta aos treinamentos. A postura tem acompanhado a quarentena.
Ela foi esticada até o dia 31 de maio.
Situação que traz alívio aos atletas.
Eles não querem voltar a treinar agora.