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“Você está vendendo um rim?”. Essa é uma das perguntas que Pedro Zaccaria, de 19 anos, tem respondido na última semana. Morador de Santos, no litoral de São Paulo, o jovem descobriu que colocaram o nome e número de telefone dele em cartazes que anunciam a venda do órgão e espalharam pela cidade. Apesar do trote, o rapaz diz que lida bem com a situação, e que até acha engraçado.

“De primeira, fiquei meio desacreditado, achei que fosse alguma amiga minha fazendo gracinha. Ela falou que era sério, que tinha visto o anúncio em um poste na [Avenida] Conselheiro Nébias, em frente a uma academia. Perguntou se eu estava precisando de ajuda ou se estava passando por alguma situação financeira difícil”, relembra.

Nesse momento, o jovem percebeu que a história do cartaz poderia ser verdade, e pediu mais informações. “Ela me passou a foto e disse que ficou preocupada, até me ofereceu ajuda”, afirma. No cartaz, havia os seguintes dizeres: “Vendo um rim. Jovem saudável, 19 anos, atlético, tipo sanguíneo +O. Tratar com Pedro no seguinte número. Negocia-se também o fígado”.

Jovem recebeu várias mensagens de pessoas curiosas para saber se ele estava mesmo vendendo o rim — Foto: Arquivo Pessoal

Ao ver a foto, ele explicou à mulher que aquilo se tratava de uma ‘trollagem’, e que não foi ele quem fez ou espalhou os anúncios pela cidade. “Fiquei surpreso, mas achei engraçado”, diz. Desde então, o estudante recebeu mais ligações e dezenas de mensagens de pessoas curiosas para saber se a venda era real.

“Algumas pessoas perceberam que era brincadeira e já chegavam perguntando o preço. Às vezes, eu respondia que era R$ 120 mil, e que aceitava até bitcoin. Levei muito na brincadeira, mesmo”, relata.

Jovem usou as redes sociais para tentar encontrar uma pista do autor da brincadeira — Foto: Reprodução/Redes sociais

Por dia, ele recebe até seis chamados, entre ligações e mensagens, de pessoas falando sobre o anúncio. O rapaz diz que não faz ideia de quem seja o autor da brincadeira, e que até postou o caso nas redes sociais com o intuito de receber alguma pista, mas, até o momento, ainda não descobriu.

“Não estou vendo isso como um problema. Me perguntaram se eu ia fazer boletim de ocorrência, ou se eu estava preocupado. Muito pelo contrário, eu sei que é algo errado de se fazer, mas não vejo isso acarretando algum problema para mim”, finaliza.

https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2021/01/21/jovem-e-vitima-de-trote-e-tem-rim-anunciado-em-cartazes-espalhados-no-litoral-de-sp.ghtml